Saiba quais são as dez campeãs da Bolsa em 2022
E por que as ações dessas empresas cresceram até 132% em um ano em que a economia do país deve avançar diminutos 2,8%
atualizado
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A lista das dez ações de empresas que mais se valorizaram na Bolsa de Valores, até aqui, em 2022, prima pela diversidade. Há companhias dos mais variados ramos, como pagamentos eletrônicos, petrolíferas, farmacêuticas frigoríficos e, acredite, até estatais. Visto do ângulo desses papeis, que acumularam ganhos de até 132% entre 1º de janeiro e ontem, 14/11, os negócios no Brasil parecem ir de vento em poupa. A seguir, a relação das campeãs.
1º lugar) Cielo + 132% (ação CIEL3)
A empresa de pagamentos eletrônicos passou por um período de reestruturação e, desde abril, voltou ao radar dos investidores. No terceiro trimestre, anotou lucro líquido de R$ 421,7 milhões, cifra 99,9% maior, ou seja, o dobro de igual período de 2021. “Não por acaso, voltou a ser a ‘queridinha’ da Bolsa”, diz Hugo Queiroz, estrategista-chefe da consultoria TC Matrix. As ações da Cielo valorizaram 132,04% neste ano.
2º) Petro Rio + 82% (PRIO3)
Empresa privada do setor de óleo e gás, a Petro Rio registrou lucro líquido de US$ 153,7 milhões no terceiro trimestre de 2022. Tal número representa um crescimento 542% em relação aos mesmos meses de 2021. As ações da companhia subiram 82% neste ano.
3º) Hypera Pharma + 69% (HYPE3)
A Hypera Pharma, que até 2018 era Hypermarcas, atua no setor farmacêutico e teve lucro líquido de R$ 466 milhões no terceiro trimestre, alta de 131,2% ante o mesmo período do ano passado. Ela é dona de marcas populares como Engov e Estomazil. “É uma empresa que tem uma margem muito resiliente e isso conta no mercado de capitais”, afirma Queiroz.
4º) Banco do Brasil Seguridade + 59% (BBSE3)
Os valores pagos pelos seguros contratados do BB Seguridade vêm aumentado consistentemente ao longo deste ano. Além do mais, no terceiro trimestre, a companhia obteve lucro de R$ 1,652 bi, 69% a mais na base anual, resultado que superou em 10% as projeções dos analistas.
5º) Assaí + 50,5% (ASAI3)
Na avaliação de Queiroz, da TC Matrix, a atacadista põe em prática um plano agressivo de expansão por todo o país, que tem obtido bons resultados. A empresa tem como meta somar 300 lojas, em 2023. Atualmente, possui 216. Em abril, iniciou a conversão de 71 unidades do Extra, compradas em outubro de 2021. Fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 281 milhões, 47% acima do ano passado.
6º) Minerva + 49,1% (BEEF3)
O frigorífico reportou no último trimestre um lucro líquido R$ 141,5 milhões, 95,5% superior (quase o dobro, portanto) ao registrado no mesmo intervalo de 2021. Cresce porque, na avaliação de analistas, a demanda no mercado internacional continua firme, especialmente na Ásia, que responde por 47% das exportações da empresa.
7º) Sabesp + 43,79% (SBSP3)
Para Hugo Queiroz, da TC Matrix, a estatal paulista de saneamento beneficiou-se do processo eleitoral deste ano, em que a privatização da empresa foi cogitada pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Analistas do Banco Safra apontam, contudo, que a companhia também teve méritos próprios na ascensão dos papeis, além de passar por um período de baixo risco hidrológico.
8º) Petrobras + 41,9% (PETRA4)
A petrolífera valeu-se do aumento do preço do barril de óleo nos últimos anos. Em abril de 2020, por exemplo, ele estava cotado a US$ 23,24. Atingiu US$ 120 em maio deste ano e, ontem, 14/11, fechou a US$ 93,14. Os fartos dividendos anunciados pela estatal, nota Queiroz, também têm atraído investidores.
9º) CPFL Energia + 40,1% (CPFE3)
No último balanço, a companhia de energia apresentou números operacionais sólidos. Ela faz parte ainda, destacam especialistas, de um segmento definido como “defensivo”, por ser menos suscetível a trancos econômicos. Em tempos de taxas de juros e inflação altas, além de uma possível recessão global em 2023, o apetite dos investidores por papeis de empresas com essas características só faz aumentar.
10º) Eletrobras + 37,4% (ELET3)
A privatização da empresa elétrica, que ocorreu em julho, colocou as ações da Eletrobras em um novo patamar. Isso até por conta dos cortes de custos e ganhos de eficiência esperados pelos investidores. Mas no terceiro trimestre deste ano, o segundo balanço pós-privatização, trouxe resultados abaixo da expectativa. A companhia saiu de um lucro de quase R$ 1 bilhão para um prejuízo de R$ 88 mil. Ainda assim, acumulou resultados suficientemente fortes para colocá-la entre as campeãs de 2022.