Risco de apagão: consumo de energia supera patamar pré-pandemia
Em junho, o consumo total do país cresceu 12,5% em relação ao mesmo período de 2020, com destaque para o setor industrial
atualizado
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Diante da queda no nível dos principais reservatórios do país, o consumo de energia elétrica aponta para uma direção contrária, e não para de aumentar. O percentual supera o patamar pré-pandemia, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Em junho, o consumo total do país cresceu 12,5% em relação ao mesmo período de 2020, com destaque para o setor industrial, que apresentou expansão de 19,4%.
No ano, os dados ficam ainda mais alarmantes com o risco de desabastecimento. O uso da eletricidade em todo o país subiu 7,7%. Esse consumo é superior ao verificado em 2019, antes da pandemia.
O resultado é puxado pela retomada da atividade econômica com o avanço da vacinação contra a Covid-19. Se por um lado isso é bom, do outro pressiona o setor elétrico, apesar do governo negar a possibilidade de racionamento de energia.
Nesta semana, o nível dos reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento do país, estava em 24,64%. Em junho, o porcentual era de 28,92%.
Pesquisa
De acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 62% dos empresários brasileiros consideram que é provável ou certo que haverá racionamento ou restrições de fornecimento de energia ainda em 2021.
“Há uma preocupação clara com o risco de racionamento e do aumento do custo da energia. Isso pode ter impacto na retomada da produção do segmento industrial, num momento em que a indústria começa a recuperar a sua produtividade”, afirma o especialista em energia da CNI Roberto Wagner Pereira.