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Reforma faz aumentar procura por previdência privada

Há dados que apontam para uma alta de até 14 vezes na procura por uma opção que não seja alterada pela reforma

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

A expectativa do brasileiro em torno de uma reforma na aposentadoria já está impulsionando o interesse pelos planos de previdência privada. O texto que muda as regras da Previdência foi levado pelo governo ao Congresso no dia 20 de fevereiro. De lá para cá, um levantamento feito pelo buscador de aplicações financeiras Yubb registrou um salto de 14 vezes no volume de consultas sobre os planos privados, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em fevereiro, foram 987 mil buscas pelo termo dentro da plataforma, ante 66 mil há 12 meses, uma evolução de 1,24% do porcentual passado de buscas sobre os produtos financeiros dentro do site para, agora, 14,36%.

O interesse no assunto, conta o fundador do Yubb, Bernardo Pascowitch, começou a ganhar fôlego ainda na corrida eleitoral para a presidência da República. “A partir da vitória de Bolsonaro e o início do planejamento da reforma, o interesse do brasileiro por esses produtos e serviços se intensificou”, afirma Pascowitch.

Procura. Nas corretoras e gestoras de investimento, os executivos contam que, de fato, o número de consultas e contratações de planos cresceu nas últimas semanas. Para o superintendente de previdência da Icatu Seguros, Henrique Diniz, há uma correlação clara entre o avanço da reforma da Previdência e a busca pelas alternativas complementares no mercado financeiro. “Quando a aposentadoria avança no governo, a procura cresce aqui. Ainda não fechamos as contas para dimensionar o tamanho desse aumento, mas há, sim, uma alta na procura e na consulta por novos produtos”, afirma o executivo.

Henrique Pocai, especialista de Previdência da XP, observa que, além da procura por novos clientes, a corretora vê também uma atenção maior daqueles que já investem nesse mercado em relação ao desempenho de seus planos contratados. “O investidor está mais atento. Ele redobrou a atenção com sua aplicação nesse mercado”, diz ele, que aponta o avanço na portabilidade como um reflexo disso. Entre janeiro e dezembro de 2018, R$ 24, 2 bilhões desse setor trocaram das mãos de uma seguradora para outra. É o dobro do registrado dois anos antes, em 2016.

Para a coordenadora do curso de economia do Insper, Juliana Inhasz, esse movimento deve se manter ou até se intensificar em 2019. “Não tem jeito, conforme praticamente todos falam nas regras mais apertadas para a Previdência, as pessoas vão percebendo que precisam pensar em alternativas para garantir uma aposentadoria com mais qualidade. A preocupação em torno da previdência privada é bastante natural”, diz.

Cuidados. Juliana Inhasz, contudo, chama a atenção do investidor para alguns perigos na contratação de um plano de previdência. O primeiro cuidado diz respeito à instituição escolhida. Ela lembra que o plano tem como objetivo garantir uma renda futura.

Nesse caso, não há espaços para gestores que sejam amadores e o investidor deve ficar atento às regras da previdência que escolheu, como cláusulas que levem em consideração portabilidade, carregamento e saída”, afirma Juliana. “Também é importante ficar atento ao tipo de gestão, para garantir que a taxa de administração que se será cobrada seja a adequada ao produto.”

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