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Recuperação da economia apresenta “maior consistência”, diz Copom

No documento divulgado nesta quinta-feira (15) o termo “gradual” não é mais usado para qualificar a recuperação da economia

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Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul – Brasília – DF 04/11/2015
1 de 1 Prédio do Banco Central no Setor de Autarquias Sul – Brasília – DF 04/11/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmaram, por meio da ata de seu último encontro, que a recuperação da economia brasileira “apresenta maior consistência”. “Nesse contexto, entendem que, à medida que a atividade econômica se recupera, a inflação tende a voltar para a meta.”

Essa avaliação mostra, na prática, maior confiança do BC em relação ao atual estágio do crescimento da economia. Isso porque, na ata do encontro anterior, ocorrido em dezembro, o Copom seguia avaliando que a economia seguia em “trajetória de recuperação gradual”.

No documento divulgado nesta quinta-feira (15) o termo “gradual” não é mais usado para qualificar a recuperação da economia e, em contrapartida, o colegiado passou a ver um crescimento com “maior consistência”.

Na ata divulgada, o BC também reiterou “a visão de que, em decorrência dos níveis atuais de ociosidade na economia, revisões marginais na intensidade da recuperação não levariam a revisões materiais na trajetória esperada para a inflação”. Em outro trecho do documento, o Copom repetiu a avaliação de que “as perspectivas para a inflação têm evoluído, em boa medida, conforme o esperado”.

Indicadores
O Copom do Banco Central avaliou na ata que os indicadores econômicos divulgados desde a reunião anterior do colegiado – no começo de dezembro – mostram uma recuperação consistente da econômica brasileira.

“A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”, ponderou a instituição no documento.

De acordo com o BC, o cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica cresce globalmente. “Isso tem contribuído até o momento para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes, apesar da volatilidade recente das condições financeiras nas economias avançadas”, resumiu a ata.

Na abertura do documento, o Copom também reiterou que cenário básico de inflação tem evoluído, em boa medida, conforme o esperado. “O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária”, completou o BC.

Economia global
O Copom avaliou também na ata que a evolução da economia global tem sido favorável, com crescimento econômico bastante disseminado. O documento passou a considerar os sinais de que as condições no mercado de trabalho começam a elevar os salários em algumas economias centrais, e a perspectiva de retorno das taxas de inflação nesses países para patamares mais próximos de suas metas.

“Isso reforça o cenário de continuidade do processo de normalização da política monetária nos países centrais, o que deve ocorrer de maneira gradual, no cenário básico. Mas a trajetória prospectiva da inflação de preços e salários pode tornar esse processo mais volátil e produzir algum aperto das condições financeiras globais”, avaliou o Copom.

Ainda assim, o colegiado voltou a destacar que a economia brasileira tem capacidade de absorver um eventual revés no cenário internacional. O BC citou o balanço de pagamentos robusto do País e o cenário de inflação baixa, expectativas ancoradas e perspectiva de recuperação econômica.

“Não obstante, os membros do Copom voltaram a ponderar sobre o risco para a economia brasileira de um revés nesse cenário internacional benigno num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários na economia brasileira”, completou o documento.

Flexibilidade da política monetária
O Copom reafirmou na ata que a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos para ambos os lados, sejam de uma inflação menor ou maior. O BC citou, por um lado, o risco de que efeitos secundários de choques de oferta e propagação do nível corrente baixo de inflação produzam inflação prospectiva abaixo do esperado. De outro lado, o Copom apontou o risco de um revés no cenário internacional num contexto de frustração das expectativas sobre as reformas e ajustes necessários.

O colegiado também reafirmou que a conjuntura econômica – com expectativas de inflação ancoradas, medidas de inflação subjacente em níveis confortáveis ou baixos, projeções de inflação um pouco abaixo da meta para 2018 e na meta para 2019, e elevado grau de ociosidade na economia – prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

“Embora estimativas dessa taxa envolvam elevado grau de incerteza, os membros do Comitê manifestaram entendimento de que as atuais taxas de juros reais ex-ante têm efeito estimulativo sobre a economia”, completou a instituição no documento.

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