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Recuo de Bolsonaro agrada, e mercado reage de forma imediata

De acordo com especialistas, o alívio entre os Poderes era a única forma de reduzir o estresse da curva de juros e da economia

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1 de 1 Bolsa-b3-14 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgar uma nota em que recua dos discursos antidemocráticos proferidos nos atos de 7 de setembro, os agentes econômicos responderam imediatamente, e de forma positiva. A bolsa de valores, que havia despencado na quarta-feira (8/9) e seguia patinando nesta quinta (9/9), disparou para uma alta de 2,6%.

Na leitura do mercado, o alívio entre os Poderes era a única forma de reduzir o estresse da curva de juros e impedir o derretimento dos indicadores econômicos. Em uma manifestação pública a respeito da crise institucional, Bolsonaro colocou panos quentes sobre o inflamado último discurso e disse que não teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e justificou que suas palavras, “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”.

A resposta à declaração foi uma reviravolta do mercado, e a disparada de 3 mil pontos no fim do dia na bolsa de valores, para encerrar o pregão muito próximo de 116 mil pontos.

“Esse tipo de movimento do governo que anima o mercado e de fato reduz o excesso de risco que está na curva [de juros]. De qualquer forma, isso não impede que a curva permaneça em níveis altos, pois tivemos um resultado acima do esperado pelo IPCA”, afirma o economista da Clear Corretora, Rafael Ribeiro.

O salto da inflação, desde o começo do ano, chegou a 5,67%, a maior taxa para o período desde 2015, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alguns itens essenciais para o dia a dia dos brasileiros se destacaram, por serem produtos cujo preço subiu além da média, como os combustíveis.

A influência sobre essas altas pode ser explicada, em sua maioria, pela seca, que é a pior enfrentada pelo país dos últimos 91 anos. Outro fator importante, porém, destaca-se: a desvalorização do real frente ao dólar, que tem impacto direto sobre o preço da gasolina e do diesel.

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