Real é moeda que mais se valorizou no mundo em relação ao dólar
Agência Classificadora de Risco Austin Rating destacou fortalecimento da divisa brasileira em relação à norte-americana, que está em queda
atualizado
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A Agência Classificadora de Risco Austin Rating divulgou que o real foi a moeda mais valorizada em relação ao dólar neste começo de 2019. Enquanto a divisa norte-americana teve queda de 5,12% nos últimos 30 dias, a brasileira apresentou um fortalecimento, baseado em ranking de 143 países.
Nesta sexta-feira (11), a moeda norte-americana ficou instável. Foi um dia de fraca liquidez, acompanhando o movimento do dólar no exterior, que subiu ante o euro e moedas de alguns emergentes, como o México e a Turquia. A instabilidade reflete também as preocupações sobre o fechamento do governo americano, que já dura três semanas; a desaceleração da economia mundial e os rumos das conversas comerciais entre a Casa Branca e Pequim.
Pela manhã, o dólar chegou a superar os R$ 3,72, refletindo um fluxo de saída de recursos do país por conta de uma operação de uma grande empresa. A moeda à vista fechou o dia em alta de 0,16%, a R$ 3,7135.
Após a queda de 4% nas duas primeiras semanas de 2019, a dúvida é se o dólar tem fôlego para cair mais no Brasil nas próximas semanas. O estrategista para emergentes do banco de investimento americano Brown Brothers Harriman (BBH), Win Thin, avalia que melhora adicional do real será difícil até que ocorra “progresso concreto” nas reformas planejadas pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Para o executivo, os investidores ficaram “otimistas demais” com o novo governo e o andamento das reformas não deve ser tão fácil como esperado. O banco alemão Commerzbank avalia que boa parte das perspectivas positivas com Bolsonaro já está nas cotações do câmbio e, portanto, só a implementação das medidas pode ajudar o dólar a cair mais.
Dependência das reformas
No curto prazo, o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, avalia que há espaço para o dólar subir “um pouco mais em meio ao movimento de correção técnica”. Para ele, caso a cotação fique entre R$ 3,74 e R$ 3,80, pode ser um ponto que atraia vendedores da moeda, como importadores.
No curto prazo, o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, avalia que há espaço para o dólar subir “um pouco mais em meio ao movimento de correção técnica”. Para ele, caso a cotação fique entre R$ 3,74 e R$ 3,80, pode ser um ponto que atraia vendedores da moeda, como importadores.
A avaliação dos especialistas em câmbio é que a dinâmica sobre a reforma da Previdência e o cenário internacional devem seguir ditando o comportamento do câmbio. Nesta sexta, a novidade sobre a reforma foi a declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de que na segunda-feira (14), o governo terá uma discussão preparatória sobre a reforma antes de apresentar a proposta para Bolsonaro, prevista também para a semana que vem.
Na avaliação do economista sênior para a América Latina da consultoria americana Continuum Economics, Pedro Tuesta, um dos riscos é que o governo, apesar do esforço do ministro da Economia, Paulo Guedes, só consiga aprovar uma versão desidratada das medidas para mudar a aposentadoria. (Com informações da Agência Estado)