Produção industrial sobe 0,5% em setembro, mas ainda cai 7,8% no ano
Indústria opera 20,7% abaixo do pico registrado em junho de 2013 e em patamar semelhante a 2008, auge da crise financeira global
atualizado
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A produção industrial subiu 0,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam desde uma queda de 0,50% a expansão de 1,50%, com mediana positiva de 0,50%.
Em relação a setembro de 2015, a produção caiu 4,8%. Nesta comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de retração de 3,70% a 6,60%, com mediana negativa de 5,10%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 7,8%. Em 12 meses, o recuo é de 8,8%. No terceiro trimestre a produção industrial caiu 5,5% ante igual trimestre de 2015, dentro das previsões de queda de 5,40% a 5,90%, com mediana de 5,60%.
Apesar do avanço de 0,5%, a indústria brasileira está operando 20,7% abaixo do pico registrado em junho de 2013, ressaltou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. “A indústria está em patamar semelhante a dezembro de 2008 e janeiro de 2009, aquele período em que houve recuo importante na produção industrial em função da crise internacional. Embora o ano de 2016 tenha nos mostrado uma maior frequência de resultados positivos, ainda assim há um saldo negativo importante a ser recuperado”, ressaltou Macedo.
A queda de 4,8% na produção industrial brasileira em relação ao mesmo mês do ano anterior foi a 31ª taxa negativa consecutiva, mas a menos intensa desde junho de 2015, quando tinha recuado 2,6%.
Categorias
A produção da indústria de bens de capital caiu 5,1% em setembro ante agosto. Na comparação com setembro de 2015, o indicador mostra queda de 7,2%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF).No acumulado de 2016, houve redução de 15,0% na produção de bens de capital. Em 12 meses, o resultado é de retração de 19,8%.
Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou queda de 0,5% na passagem de agosto para setembro. Na comparação com setembro de 2015, houve recuo de 5,7%. No acumulado do ano, a queda é de 6,4%, enquanto a taxa em 12 meses é de recuo de 7,6%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de setembro foi de alta de 1,9% ante agosto, e queda de 6,5% em relação a setembro de 2015. Entre os semiduráveis e os não duráveis houve diminuição na produção de 1,0% em setembro ante agosto, e recuo de 5,5% na comparação com setembro do ano passado.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que o indicador teve alta de 1,2% em setembro ante agosto. Em relação a setembro do ano passado, houve redução de 4,1%. No acumulado do ano, houve queda de 7,6%, enquanto a taxa em 12 meses ficou negativa em 8,1%.
Revisões
O IBGE revisou o dado da produção industrial do mês de agosto ante julho, de -3,8% para -3,5%. O resultado de julho ante junho também foi revisto, de 0,1% para -0,1%.
A produção de bens de capital de agosto ante julho foi revisada de uma taxa positiva de 0,4% para um ligeiro recuo de 0,1%. O resultado de julho ante junho passou de -2,1% para -3,5%, enquanto o de junho ante maio saiu de 2,2% para 3,2%.
Já a fabricação de bens intermediários em agosto ante julho passou de -4,3% para -3,6%, enquanto a de julho ante junho saiu de 1,9% para 1,7%.
A produção de bens de consumo duráveis em agosto ante julho foi revisada de -9,3% para -6,4%. O resultado de julho ante junho saiu de 4,4% para 3,6%. A fabricação de bens de consumo semi e não duráveis em agosto ante julho teve ligeiro ajuste de -0,9% para -1,0%.