Primos de Benjamin Steinbruch encerram litígio por participação na CSN
Fim do imbróglio que já durava quase cinco anos alavancou as ações da companhia, que fecharam em alta de 3,52%, a R$ 14,42
atualizado
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Depois de quase cinco anos de uma disputa societária que se tornou pública, a família Steinbruch anunciou, na terça-feira (22/11), que chegou a um acordo a respeito da participação de Léo e Clarice Steinbruch na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Léo e Clarice são primos do banqueiro e empresário Benjamin Steinbruch. Os irmãos Benjamin, Ricardo e Elisabeth Steinbruch, representados pela holding Rio Purus, travavam uma disputa judicial com os primos, da CFL Participações, pelo menos desde 2018.
A CFL tentava havia anos acabar com um acordo de acionistas da Vicunha, holding da família Vicunha Steel, que controla a CSN e outros negócios dos Steinbruch. O acordo vigorava havia 30 anos.
A Vicunha controla a CSN com 50,3% das ações com direito a voto na siderúrgica. A família também é dona do banco Fibra e de uma série de imóveis e fazendas, entre outros ativos.
O acordo entre as partes modificará o desenho societário da CSN. A CFL, que detém 40% das ações com direito a voto da Vicunha Steel, passará a ter 10,25% de participação direta na siderúrgica. A Rio Purus, de Benjamin e irmãos, ficará com 40,99% na empresa.
“Com o fim das disputas entre Rio Purus e CFL e o acordo de acionistas, a signatária (no caso a Rio Purus) prevê que não haverá mais controvérsia sobre o exercício do controle”, informou a CSN em fato relevante enviado ao mercado.
De acordo com a companhia, a operação ainda depende de um aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Também foi estipulado um período de bloqueio de nove meses para a venda das ações da CSN pelos primos.
Se decidir pela venda no futuro, a Vicunha Steel – que agora pertence apenas a Benjamin e seus irmãos – terá a preferência de compra.
As partes se comprometeram a votar favoravelmente à aprovação de contas deste ano e a dar aval à distribuição de dividendos. A CFL garantiu que acompanhará o voto da Vicunha em decisões sobre cargos administrativos na CSN, abrindo caminho para que Benjamin seja mantido na presidência.
História dos Steinbruch
O conglomerado dos Steinbruch teve início na década de 1960, com os irmãos Mendel (pai de Benjamin, que morreu em 1993) e Eliezer (pai de Léo e Clarice).
O acordo de acionistas da família foi firmado em 1994. Os desacertos familiares se tornaram públicos a partir de 2008, quando Eliezer morreu.
Atualmente, a CSN vale cerca de R$ 20 bilhões na Bolsa. O fim do imbróglio alavancou as ações da companhia, que fecharam em alta de 3,52%, a R$ 14,42.