Presidente do BNDES: “Não temos caminhões demais e sim PIB de menos”
Dyogo Oliveira minimizou o impacto da greve na economia, citando investimentos de longo prazo no setor de transportes
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Dyogo Oliveira, avaliou nesta terça-feira (29/5) que o problema do setor de transporte de cargas no Brasil não deriva dos financiamentos de caminhões, dados pela instituição a taxas subsidiadas no passado, mas sim do baixo crescimento econômico do país.
“Temos que financiar o caminhão que transporta o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Não temos caminhões demais, temos PIB de menos”, disse o titular do BNDES ao responder a uma pergunta acerca dos juros baixos cobrados durante o governo petista em financiamentos a veículos de carga.
Segundo Oliveira, no período em que vigorou a política de juros subsidiados pelo Tesouro, o PIB do Brasil crescia a um ritmo de 5% a 7% ao ano. “O que se pode questionar é se esses subsídios eram grandes ou não”, disse.Ele lembrou, porém, que o governo Temer extinguiu o Programa de Sustentação do Investimento. O projeto trazia a subvenção nos empréstimos do BNDES e aproximou os juros do banco às taxas do mercado com a substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela Taxa de Longo Prazo (TLP).
A atual greve dos caminhoneiros, comentou o presidente do BNDES, não é a primeira paralisação de uma categoria no país e o Brasil não é o primeiro a enfrentar essa situação.
“São questões momentâneas que estão sendo tratadas de modo diligente pelo governo”, afirmou o titular do BNDES em entrevista à imprensa durante o Fórum de Investimentos Brasil 2018.
Oliveira procurou minimizar o potencial de impacto do movimento nos investimentos, citando os objetivos de longo prazo dos investidores. “O governo tirou o país de uma recessão para uma perspectiva de crescimento entre 2,5% e 2%. A expectativa é de crescimento sustentável para a frente.”
Ele ressaltou ainda que o país se destaca perante os investidores por conta do seu tamanho, democracia, coesão social e outras qualidades que fizeram, por exemplo, que US$ 80 bilhões fossem colocadas no Brasil no ano passado. “Não podemos imaginar que esse tipo de investidor e suas decisões sejam influenciadas por questões cotidianas que fazem parte de um país democrático.”