Presidente do BC sugere subsídios como “solução” no combate à inflação
Em encontro com instituições internacionais, Roberto Campos Neto apontou que a população mais pobre do Brasil precisa de assistência
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sugeriu nesta quarta-feira (1°/6) que a adoção de subsídios para alimentos e energia é uma opção para combater a alta inflação imposta sobre os produtos no Brasil.
Em videoconferência com instituições financeiras internacionais, Campos Neto afirmou acreditar que os subsídios são uma “boa solução” para abrandar o “custo social” da inflação sobre a população mais pobre.
Para Campos Neto, a alta mundial de preços é boa por um lado, já que o Brasil se beneficia com recordes na arrecadação do país pela venda de petróleo e grãos. Segundo ele, a alta na arrecadação pode ser revertida, inclusive, em ajuda à camada mais necessitada.
“Temos um grande custo social. Preços de alimentos estão subindo, preço de energia está subindo e temos a parcela mais pobre da população com necessidade de alguma assistência. Transferir uma parte do choque positivo [alta de arrecadação] para resolver as questões sociais, via subsídios”, apontou o ministro.
Ele acredita que essa é uma boa medida, mas deve ser temporária. “É uma solução boa, mas o problema é: uma vez que você cria os subsídios, há o risco de se tornar um gasto permanente”.
Campos Neto afirmou que, neste momento, esperar os preços abaixarem conforme oferta e demanda não seria eficiente para a população.
Sem viabilidade
“Você pode ser liberal e dizer que os preços vão ditar o equilíbrio. Em algum momento do tempo, o preço vai subir, o consumo vai cair e, ao final, as pessoas se adaptarão. Isso não é viável socialmente e não é politicamente viável também”, explicou.
Para o economista, não é ideal que o governo interfira no valor de produção dos produtos. “Intervimos em preços, no processo de produzir petróleo, energia, e isso resolverá o problema no curto prazo, mas desencorajará investimentos. Ao final, eu acho que o setor privado é que vai resolver o problema, e não os governos”, disse.
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