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Presidente do BC diz que operações do PIX não foram contempladas, mas descarta instabilidade

Novo sistema de pagamentos instantâneos passa a funcionar nesta segunda-feira, após quase duas semanas de operação restrita

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
O economista Roberto de Oliveira Campos Neto, indicado pela presidência da República para o cargo de presidente do Banco Central, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
1 de 1 O economista Roberto de Oliveira Campos Neto, indicado pela presidência da República para o cargo de presidente do Banco Central, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu nesta segunda-feira (16/11) que algumas operações do Pix não foram completadas no primeiro dia de funcionamento efetivo da nova plataforma de pagamentos instantâneos, mas descartou qualquer instabilidade no sistema da autoridade monetária.

“É importante diferenciar o que é instabilidade do sistema e o que são operações que não foram completadas. Não houve nenhuma instabilidade no sistema. Houve um volume de operações que não foram completadas em um banco ou outro, e monitoramos isso, pode ter havido um erro na formatação da chave pelo banco. Quando há um volume grande de operações rejeitadas, entramos em contato com os bancos”, afirmou.

Após 12 dias de operação restrita, na qual apenas alguns clientes selecionados pelas instituições financeiras puderam testar o sistema, o Pix já está disponível para todo mundo.

O chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Angelo Duarte, disse que instituições maiores podem ter apresentado alguns problemas, que já foram corrigidos. “No momento vemos uma operação normal no Pix. Houve alguns problemas que já passaram, e todos estão operando dentro da estabilidade”, completou.

O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel de Pinho de Mello, explicou ainda que parte dos erros em operações não completadas ocorreu em tentativas de Pix para conta salário. “Não é possível cadastrar uma chave para conta salário”, explicou.

Para Campos Neto, as quase 72 milhões de chaves já cadastradas em algumas semanas no Pix significa uma adesão maior do que qualquer aplicativo digital já teve no país.

“Achamos que adesão está bastante ampla, tanto de pessoas físicas como de jurídicas. Obviamente, quando o Pix começa a funcionar, a necessidade de fazer parte do sistema aumenta. Então ainda haverá um processo de cadastramento que vai crescer ao longo do tempo”, afirmou.

O sistema de pagamentos deve substituir outros meios de pagamento e transferência, como TED, DOC, cartão de débito e até mesmo o dinheiro vivo. As transações serão feitas principalmente pelo celular, com uso de QR Code.

Novas operações no 1º semestre de 2021

Entre as novas operações que vão entrar em vigor até junho do ano que vem, disse ele, estão o saque de recursos via Pix e, também, a possibilidade de fazer um Pix “garantido”, como se fosse uma compra parcelada – atualmente disponível nas operações com cartões de crédito.

No caso do saques de recursos, possibilidade que já tinha sido anunciada anteriormente, o diretor explicou que o comerciante poderá ofertar o serviço como forma de dar troco aos clientes, e assim atrair mais consumidores. Ele explicou, porém, que terá de ficar claro o valor da compra, e do saque, para efeitos da cobrança de tributos.

Funciona assim: o consumidor vai na loja, faz uma compra de R$ 100, por exemplo. Está sem dinheiro e pega R$ 100. Assim, o que é debitado da conta dele são R$ 200 (R$ 100 para a compra e R$ 100 sacado em dinheiro).

Para o presidente do BC, o “cash back” vai facilitar a vida dos usuários e diminuir os custos de saques em espécie. “Teremos desenvolvimentos futuros do Pix que não sabemos hoje”, disse Campos Neto.

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