Presidente do BC diz que alta da inflação em março foi uma surpresa
Inflação acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro. Resultado foi puxado pelo aumento nos preços dos combustíveis
atualizado
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nesta segunda-feira (11/04), que se surpreendeu com o resultado, de março, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país.
De acordo com os dados, a inflação acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro. O resultado foi puxado pelo aumento nos preços dos combustíveis.
“A gente teve um índice mais recente que saiu, e foi uma surpresa. Causou-me até alguma surpresa; a gente tinha mencionado que estava vendo uma velocidade da passagem do combustível para a bomba um pouco mais rápida, e que esse próximo índice seria um pouco maior, e o próximo [abril] um pouco menor”, disse Campos Neto durante palestra.
“Parte foi isso, mas teve outros elementos, como vestuário e alimentação fora do domicílio, que vieram como uma surpresa grande”, acrescentou.
A variação do IPCA foi a maior para o mês de março desde 1994, quando o índice marcou 42,75%, no período que antecedeu a implementação do Plano Real.
Nos três primeiros meses deste ano, o índice acumula alta de 3,2%. Nos últimos 12 meses, o indicador atingiu 11,3%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. É o maior valor para o índice no país em 18 anos. Em outubro de 2003, o IPCA foi de 13,98%.
Com o resultado, a inflação roda, há sete meses consecutivos, acima dos dois dígitos.
Na palestra, o presidente do BC ainda reconheceu que a inflação brasileira está “muito alta”, mas ponderou que quando a queda do dólar for repassada, a inflação deve desacelerar. Na semana passada, a moeda fechou a R$ 4,70.
“A gente tem tido fluxo de entrada de recursos no país. Parte da melhora do câmbio, a gente acha que ainda não está refletida nos índices de preços, de inflação”, declarou.