Presidente do BC defende altas da taxa de juros para conter a inflação
Para Roberto Campos Neto, “a inflação é o pior elemento em termos de distribuição de renda e planejamento”
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu as sucessivas elevações da taxa básica de juros (Selic) como medida para conter a disparada da inflação. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (31/5), Campos Neto justificou a declaração com o impacto da inflação sobre os mercados de energia e alimentos. As informações são da Folha de S.Paulo.
“Algumas pessoas podem dizer que, se é uma inflação de energia e alimentos, o Banco Central não deveria estar subindo os juros porque são elementos muito voláteis que eventualmente vão cair. O problema é que, quando você tem elementos voláteis que ficam com um preço alto por muito tempo, eles começam a contaminar o resto da cadeia e os núcleos começam a subir”, explicou.
Campus Neto destacou que o país enfrenta uma inflação “contaminada e muito alta”. Campos Neto participou de audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, que teve como pauta o aumento da Selic — principal instrumento de política monetária nacional — e ações para combater a inflação.
No acumulado em 12 meses até abril, o IPCA (índice oficial de inflação) ficou em 12,13%, maior nível desde outubro de 2003 (13,98%). Na semana passada, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) atingiu 12,20%, com elevação de 0,59% em maio, ante alta de 1,73% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador veio acima do esperado pelo mercado.
Apesar de o aumento da Selic conter o aumento, quanto maiores os juros, menos a economia cresce. Para o presidente do BC, entretanto, “a inflação é o pior elemento em termos de distribuição de renda e planejamento”.
Segundo ele, “o trabalho do BC é fazer o máximo para trazer o indicador para a meta –ainda que a autoridade monetária já tenha reconhecido que há alta probabilidade de estouro em 2022 pelo segundo ano consecutivo”.
Inflação de maio é a maior desde 2016
O IPCA-15 de maio, prévia da inflação do mês, subiu 0,59%, indicando desaceleração. Ainda assim, o resultado apresenta preços pressionados, já que é a maior taxa para o mês desde 2016. Nos últimos 12 meses, o salto foi de 12,2%.
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