Presidente do BB afirma que “nenhum município ficará desassistido”
André Brandão disse que o Banco do Brasil tem dialogado com prefeitos e governadores para aprimorar o atendimento e a educação digital
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, afirmou nesta sexta-feira (12/2) que a reorganização institucional, anunciada em sua gestão, não envolve somente o fechamento de agências, mas toda a infraestrutura física. No entanto, ele reforçou que nenhum município brasileiro ficará desassistido.
“Temos dialogado com prefeitos e governadores para aprimorar o atendimento e a educação digital. Garantimos que nenhum município ficará desassistido” afirmou Brandão durante a divulgação dos resultados do BB.
O plano desagradou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que chegou a cogitar a demissão de Brandão. O ministro da Economia, Paulo Guedes, contudo, amenizou a situação e convenceu o chefe do Executivo e não fazer a troca no banco.
De acordo com Brandão, apesar de o plano enxugar a rede de um lado, do outro, vai compensá-la com a abertura de outras estruturas. Para ele, a comunicação da redução de agências não foi “muito adequada”.
“Infelizmente, comentários foram só sobre a redução do atendimento ao cliente. De forma alguma queremos desassistir nenhum cliente. Ao contrário, queremos mais clientes. Estamos crescendo”, afirmou. “Temos 18,3 mil pontos. Após o plano, serão 18,4 mil. Serão 100 pontos adicionados”, afirmou Brandão.
O plano anunciado pelo BB prevê, considerando a redução de agência e pontos de atendimento, o fechamento de 360 pontos. Do total, 112 são agências físicas.
Segundo Brandão, o processo de reestruturação está começando. São 54 etapas de alteração na forma de atendimento, mas acontecerá “com comunicação”.
“Qualquer município afetado, se por acaso tiver só uma agência só do BB, terá um correspondente bancário ou agência +BB antes de qualquer movimentação. Tudo será feito com diálogo com clientes, municípios e prefeitos locais”, explicou.
A coletiva foi dada um dia após o Banco do Brasil anunciar que atingiu lucro ajustado – que não considera itens extraordinários – de R$ 13,9 bilhões em 2020. O resultado ficou 22,2% abaixo do apurado em 2019.
Segundo o banco, a piora na comparação anual é explicada principalmente pelo aumento das provisões para créditos de liquidação duvidosa, que cresceram 47,6% no quarto trimestre ante igual período de 2019, influenciadas pela antecipação de provisões prudenciais, que somaram R$ 8,1 bilhões.
Investimento e compensação
Nesta sexta, o presidente do BB disse ainda que a instituição estabeleceu 10 compromissos para o futuro em negócios sustentáveis e investimentos responsáveis. Em coletiva de imprensa, ele destacou que R$ 15 bilhões serão destinados à energia renovável e R$ 125 bilhões para agricultura sustentável, ambos até 2025.
Também até 2025, o banco pretende ter uma carteira de R$ 20 bilhões para uma agenda de eficiência em estados e municípios, principalmente para energia e saneamento básico. Disse ainda que serão R$ 20 bilhões, até 2025, em fundos ASG e, até 2030, R$ 30 bilhões em recursos sustentáveis.
O banco também tem o plano de compensar 100% das emissões diretas de gases do efeito estufa a partir de 2021, com redução de 30% até 2030. Em relação a diversidade e cargos de liderança, o BB tem, como meta, alcançar 23% de pretos e pardos e 30% de mulheres, ambos até 2025.
Conectividade no campo
Brandão afirmou que o intuito da administração é ser cada vez mais digital, atuando em todas as frentes, inclusive no agronegócio. “Vamos financiar conectividade de nossos clientes no campo “, disse, ao acrescentar que essa conectividade será feita em financiamentos a pessoas jurídicas e produtores rurais.
Ele comemorou o fato de que o número de clientes digitais ativos cresceu 40% em 2020, para 21,2 milhões, devido à pandemia e a uma melhor experiência com os canais digitais.
“No ano passado, 72% dos desembolsos a pessoas físicas foram contratados de forma digital ou remota”, apontou o presidente do BB.
Educação digital e financeira
O Banco do Brasil, em parceria com o Ministério das Comunicações, também vai promover o Valoriza Brasil, um programa que vai levar educação digital e financeira a 2.895 municípios, que já são contemplados pelo Projeto Wi-Fi Brasil, do governo, segundo Brandão.
O Valoriza Brasil irá oferecer uma plataforma de ensino a distância, apoiado por mentores digitais, com ênfase em educação financeira e em conhecimentos básicos para uso de tecnologias digitais. O programa é voltado para públicos de todas as idades, e priorizará os cerca de 2,5 milhões de alunos de escolas e usuários de bibliotecas desses municípios, incluindo familiares.
O BB também disponibilizará podcasts didáticos, além de gibis com explicações simples para reforçar os ensinamentos da educação digital e financeira.