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Preços no setor dos serviços sobem ao nível mais alto desde 2015

Os serviços significam mais de um terço da inflação oficial. Em 12 meses até abril, os preços dos serviços somaram 6,30% de aumento

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Cliente com Covid-19 expõe manicure à doença : “Precisava desesperadamente”
1 de 1 Cliente com Covid-19 expõe manicure à doença : “Precisava desesperadamente” - Foto: ISTOCK

O setor dos serviços tem visto os preços acelerarem, em uma subida rápida que pode levar a um patamar visto recentemente apenas em 2015, quando era 8,1%. Isso graças à reabertura da atividade econômica em tempos de custos mais altos e retomada de empregos.

Esse cenário de otimismo com o crescimento econômico faz com que o nível elevado dos preços no setor seja um desafio para o alinhamento da inflação à meta de 2023 (3,25%). Cada vez mais, o mercado não crê que isso seja possível.

Os serviços significam mais de um terço do consumo brasileiro contabilizado no IPCA, índice da inflação oficial. No calculado de 12 meses até março, segundo a Greenbay Invertimentos em levantamento para o Estadão, o aumento de preços dos serviços era de 6,30%. No somatório de 12 meses até abril, subiu para 6,94%. Nesse período, a inflação foi de 12,13%.

Nos 14 anos entre 2002 e 2016, o preço no setor dos serviços aumentaram acima dos 5%, com média de aproximadamente 7% nesse tempo. De 2017 a 2019, houve recessão e a média caiu à metade, para níveis parecidos com o crescimento econômico, em torno de 1%. A partir de então, com a pandemia, houve impacto forte sobre os serviços e, após a reabertura econômica, os preços escalaram.

O consultor legislativo do Senado Ailton Braga publicou no Blog do Ibre que o preço dos serviços devem atingir os 7,5% até junho, o que, para ele, é incompatível com a meta inflacionária dos próximos anos. Para 2023, precisaria, para consiliar os números, que o aumento no setor andasse em torno de 0% de itens comercializáveis, afetados pelo câmbio e preços monitorados.

Entre 2011 e 2014, quando os preços do setor estavam em torno de 8,5%, a inflação estava acima da meta de 4,5%, mesmo com esses fatores di câmbio do dólar e preços contolados de gasolina e energia.

Copom

O Banco Central (BC) pontuou na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), e Braga concorda, que grande medida dos efeitos do nível restritivo dos juros ainda não está impactando a economia e isso implica em defasagem nos serviços.

Esse setor emprega muita mão de obra e aumento de salário na economia significa custo importante e gera reajustes de preços finais. O aumento da Selic arrefece a economia e busca desfazer aumentos de preços, mas isso demora um certo tempo. Analistas avaliam com otimismo a atividade e o mercado de trabalho.

Para Braga, o BC deveria torcer pela reversão da inflação global, em especial do preço de commodities, para controlar o IPCA de forma mais próxima à meta dos próximos anos. A deininflação mais forte do Plano Real aconteceu entre 1995 e 1996, caiu 12,85 pontos percentuais (p.p), e a segunda maior foi entre 2015 e 2016, de 4,38 p.p.

O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, avalia que, sobre a massa de rendimentos real, o pico no setor de serviços deve ser em junho, atingindo os 7,8%,  e deve finalizar o ano em 6,4%, maior valor desde 2016, quando era 6,5%. Quanto a 2023, deve fechar em 5,1%. Projeções para a inflação são de 8% e 3,8%, respectivamente.

Por outro lado, a Tendências Consultoria Integrada estima uma desaceleração ainda mais intensa nos preços entre 2022 e 2023, de 7% para 3,7%, e uma amenização do mercado de trabalho no segundo semestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 deve ser estável e aumentar em 1,3% em 2023. Selic, segundo a consultoria, deve fechar o ano a 13,25%.

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