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Arábia: Petrobras vai segurar os preços de combustíveis no curto prazo

Ideia da empresa é esperar a situação no Oriente Médio se estabilizar antes de repassar alta no preço internacional dos barris

atualizado

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1 de 1 Petrobras - Foto: EBC

A Petrobras vai continuar observando o comportamento do preço do petróleo no mercado internacional até decidir se vai revisar os preços dos seus derivados no Brasil. Na prática, significa que o consumidor não será afetado no curto prazo, porque a estatal vai segurar os preços.

A ideia é dar continuidade à política atual, que atrela os valores aos valores praticados no mercado internacional, com repasses à medida que há mudança de patamar de preços.

Para se resguardar de prejuízos financeiros enquanto não repassa altas no mercado externo para o consumidor, a companhia recorre ao artifício financeiro de hedge, no qual oscilações de curto prazo são compensadas.

Especialistas e investidores destacam, porém, da necessidade de a empresa não ser usada para atender às demandas do governo, como aconteceu no passado, quando a empresa foi usada para segurar a inflação. A companhia mantinha os preços dos combustíveis inalterados apesar das oscilações externas, o que gerou um rombo nas suas caixas.

Se o mercado perceber que a mesma prática está sendo adotada pela gestão atual, o seu programa de venda de refinarias será afetado, porque nenhuma empresa terá interesse em fazer parte de um setor comandado por interesses políticos e não econômicos.

Entenda
O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (16/09/2019) em Londres após os ataques com drones no fim semana contra infraestruturas petroleiras na Arábia Saudita, ações que os sauditas e o governo dos Estados Unidos atribuem ao Irã e que provocaram a redução à metade da produção do produto. Na abertura do mercado, a cotação do barril disparou quase 20% na capital britânica, a maior alta em uma sessão desde a Guerra do Golfo, em 1991. O cenário pode ter consequências para o Brasil.

Por volta das 6h30 (horário de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte, referência na Europa, para entrega em novembro registrava alta de 9,52% na comparação com sexta-feira, a US$ 65,97 no Intercontinental Exchange (ICE) de Londres. Ao mesmo tempo, o barril de “light sweet crude” (WTI) para o contrato de outubro subia 8,71%, a US$ 59,63, no New York Mercantile Exchange (Nymex).

No domingo, os preços do petróleo subiram 18% nos mercados globais após a onda de ataques. Os iranianos negam serem os responsáveis pelas ações. O atentado, feito com 10 drones e cuja autoria foi assumida pelos rebeldes houthis do Iêmen, patrocinados pela teocracia iraniana, ameaçam aumentar a tensão no Oriente Médio.

O ataque de sábado à fábrica de Abqaiq, na Arábia Saudita, e ao seu campo de petróleo de Khurais levou à interrupção da produção de cerca de 5,7 milhões de barris diários de petróleo, equivalente a quase 6% do suprimento diário do mundo. O campo responde por 50% da produção saudita, que por sua vez é responsável por 10% da produção mundial de petróleo. O mundo consome quase 100 milhões de barris por dia.

“Uma interrupção no fornecimento nessa escala é um evento extraordinário. Nenhuma interrupção desse tipo ocorreu em décadas”, disse Pavel Molchanov, analista de petróleo da Raymond James, ao jornal Washington Post. “A boa notícia é que há petróleo mais do que suficiente em estoque para evitar a escassez de combustível. Não haverá filas nos postos de gasolina como na década de 1970.”

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