Petrobras não prevê queda de preços, mesmo com barril mais barato
Com redução no valor, Petrobras passa a receber menos pelo petróleo que produz. Efeito coronavírus tem contaminado ações da estatal
atualizado
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Apesar da queda no preço do barril de petróleo, a Petrobras não prevê, por ora, tomar alguma medida sobre o que cobra para fornecer combustíveis à refinarias. Ao Metrópoles, a estatal informou que não pretende realizar um reajuste nos próximos dias no preço dos combustíveis vendidos às refinarias.
Sob efeito da propagação do novo coronavírus, os contratos futuros do petróleo desabaram na segunda-feira (09/03) e registraram a maior queda desde a Guerra do Golfo, em 1991.
O barril do petróleo tipo Brent despencou 24,1%, a US$ 34,36. Já o barril do petróleo WTI registrou baixa de 24,6%, a US$ 31,13. As petroleiras, incluindo a Petrobras – a maior a nível nacional –, perdem com essa queda brusca no preço do barril, pois passam a receber menos pelo petróleo que produzem.
O tombo, inclusive, influenciou nessa segunda o dólar, que registrou um novo recorde histórico nominal ao bater R$ 4,72, e a bolsa de valores, que precisou ser fechada temporariamente (circuit breaker) e fechou o dia com queda de 12,17%, maior baixa desde 1998.
As ações da Petrobras no Ibovespa caíram quase 30%, o que representou uma perda de cerca de R$ 91 bilhões de valor de mercado.
Tanto a moeda americana quanto a bolsa e as ações da petrolífera recuperaram nessa terça-feira (10/03) parte das perdas severas da segunda.
Em viagem aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou a possibilidade de aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – um dos tributos federais que incidem sobre combustíveis – e afirmou que a “tendência é de que os preços caiam nas refinarias”.