Petrobras convoca assembleia para debater troca de presidentes
General Luna e Silva foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o cargo do atual CEO da petroleira, Roberto Castello Branco
atualizado
Compartilhar notícia
A Petrobras informou, nesta quinta-feira (11/3), ter convocado uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), no próximo dia 21 de abril, para deliberar sobre a nomeação do atual diretor-geral da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, para a presidência da petroleira.
A estatal havia aprovado, no último dia 23 de fevereiro, a realização da assembleia. Na ocasião, a Petrobras informou que a AGE seria realizada antes da Assembleia Geral Ordinária (AGO) e que caberia ao presidente do Conselho da Administração definir uma data.
Luna e Silva foi indicado para a presidência da Petrobras no dia 19 de fevereiro, via rede social, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se desentender com o atual presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, em meio à sequência de altas nos preços dos combustíveis vendidos às refinarias.
A Petrobras anunciou, nessa segunda-feira (8/3), novos reajustes de 8,8% e 5,5%, respectivamente, sobre os preços da gasolina e do diesel. Esses foram o 10º aumento consecutivo promovido pela estatal no valor da gasolina e o nono seguido no caso do diesel.
Outras indicações
Além do general Luna e Silva, o Comitê de Pessoas da Petrobras vai analisar sete indicações feitas pela União – acionista majoritária da empresa – ao Conselho de Administração. A seguir, veja os nomes sugeridos pelos ministérios da Economia e de Minas e Energia:
- Eduardo Bacellar Leal Ferreira (almirante);
- Ruy Flaks Schneider (engenheiro industrial mecânico da Marinha);
- Márcio Andrade Weber (engenheiro civil);
- Murilo Marroquim de Souza (geólogo);
- Sonia Julia Sulzbeck Villalobos (empresária).
- Cynthia Santana Silveira (engenheira elétrica);
- Ana Silvia Corso Matte (advogada);
Além disso, a Petrobras recebeu carta do Fundo de Investimento em Ações Dinâmica Energia e Banclass Fundo de Investimento em Ações, administrados pelo Banco Clássico S.A., indicando Leonardo Pietro Antonelli para eleição ao Conselho de Administração da companhia.
No início deste mês, quatro conselheiros – João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho – informaram à Petrobras que não pretendem ser reconduzidos ao colegiado. Em Fato Relevante, a companhia informou que Cox Neto e Ziviani alegaram razões pessoais para a decisão.
Souza e Silva declarou ter tomado a decisão após o mandato dele ser “interrompido inesperadamente”. Já a mensagem de Omar Carneiro da Cunha revela insatisfação com a decisão de Jair Bolsonaro de promover uma troca no comando da estatal, com a indicação de Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco.
O Metrópoles revelou que auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou falhas no processo de análise do Comitê de Elegibilidade da Petrobras durante a avaliação de dois candidatos, nos últimos anos, para assumir o Conselho de Administração da estatal.
No documento, a qual o Metrópoles teve acesso, a CGU aponta que, em verificação às análises realizadas pelo comitê, “não houve comprovação documental nos processos de análise dos requisitos de experiência profissional”, o que contraria a chamada Lei das Estatais.