Petrobras Biocombustível: 90% dos empregados aderem à greve na empresa
Movimento é por tempo indeterminado e objetiva “denunciar os prejuízos da privatização da PBio”, segundo a Federação Única dos Petroleiros
atualizado
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A greve na Petrobras Biocombustível (PBio) começou na manhã desta quinta-feira (20/5) e contou com a adesão de cerca de 90% do total de 150 trabalhadores. As atividades foram paralisadas nas usinas de Montes Claros, em Minas Gerais, e de Candeias, na Bahia. O movimento é por tempo indeterminado e tem como objetivo “denunciar os prejuízos da privatização da PBio”, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Os grevistas buscam abrir negociação com a gestão da Petrobras para manutenção dos empregos de todos os petroleiros, que, mesmo sendo concursados, estão sob ameaça de serem demitidos se a venda das usinas for concretizada.
Diante disso, os trabalhadores reivindicam transferência para outras unidades da Petrobras. Segundo a FUP, a empresa insiste, contudo, em usar o modelo de venda da PBio como “impossibilidade jurídica” para atender ao pleito da Federação e dos sindicatos filiados.
“A privatização da PBio é mais um ataque do governo Bolsonaro às políticas ambientais, pois significa a saída da Petrobras do setor de energias renováveis. A subsidiária é uma das maiores produtoras de biodiesel do país”, afirmou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar.
“Abandonar o setor de biocombustível, além de impactar a agricultura familiar, desempregando mais brasileiros e brasileiras em plena pandemia, é condenar o futuro da Petrobras, que vem sendo apequenada pelas últimas gestões, caminhando para se tornar uma empresa suja, sem compromisso com o meio ambiente”, completou.
A privatização da PBio é contestada na Justiça, através de ações civis populares, que foram ingressadas em Minas Gerais e Bahia. Conflitos de interesses na privatização da PBio também foram alvos de denúncias na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Tribunal de Contas da União (TCU).