Petrobras avalia aderir ao Programa de Governança das Estatais
A estatal quer provar que é uma empresa íntegra e que foi um pequeno grupo de corruptores que levou ao esquema denunciado na Operação Lava Jato
atualizado
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Todas as brechas para provar que a Petrobras é uma empresa íntegra e que foi um pequeno grupo de corruptores que fez mal à empresa estão sendo aproveitadas, afirmou nesta terça-feira (19/7) o diretor executivo de Governança, Risco e Conformidade da estatal, João Elek. “Queremos nos deixar conhecer para ganhar a confiança do nosso público estratégico depois de passada a má experiência, em que a empresa foi vitimada por empresas envolvidas em esquema de corrupção”, disse em apresentação em mais um evento dos Fóruns Estadão, sobre Governança Corporativa
Nesse sentido, a Petrobras avalia aderir ao Programa de Governança das Estatais lançado no ano passado pela BM&FBovespa, que surgiu em meio aos questionamentos sobre a credibilidade e ingerência dessas companhias. A adesão é voluntária e até aqui nenhuma estatal entrou para o programa. “Estamos avaliando se nos enquadramos e o que seria necessário para fazer a adesão para trilhar um caminho mais transparente do que hoje”, destacouInternamente, Elek diz que uma das mudanças que pode ser notada é o reperfilamento do seu Conselho de Administração, com nomes diferentes dos vistos antigamente, caracterizados por escolhas de perfil político. Ainda no conselho, o executivo conta que foram criados comitês, os quais, segundo ele, são muito ativos hoje. “Eles orientam para assuntos importantes para a Petrobras”, disse.
O diretor de governança da Petrobras disse que os processos na companhia foram uniformizados e que uma das mudanças, com o objetivo de evitar más condutas, é que deixaram de existir “assinaturas individualizadas”. Isso significa que em um processo decisório, mais de uma pessoa deve ser o responsável pela aprovação.
Outra medida para ampliar o nível de transparência da empresa foi terceirizar o canal de denúncia, para trazer mais conforto aos funcionários em utilizar esse instrumento.
Por conta do fato de ter estado envolvida em esquemas de corrupção envolvendo fornecedores, Elek disse que a diligência cresceu e que há um processo a ser seguido pelas empresas que querem fazer parte da rede de fornecedores da companhia.
Também ele destaca que vem sendo aprimorada a política de consequências. “Quando há desvios de valores e procedimentos, é preciso ter punição de acordo com a gravidade da infração. Assim, purificamos a base, e isso vai do topo até o chão da fábrica”, disse.