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Petrobras anuncia alta de R$ 0,10 no valor do diesel nas refinarias

Com o aumento, o litro do combustível passa a custar R$ 2,24 nas distribuidoras a partir desta quinta-feira (18/04/19)

atualizado

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Petrobras
1 de 1 Petrobras - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A Petrobras anunciou, nesta quarta-feira (17/04/19), reajuste de R$ 0,10 no litro do diesel nas refinarias. Com a alta, o combustível passa a custar R$ 2,24 nas distribuidoras a partir desta quinta (18/04/19).

A notícia foi dada pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em coletiva de imprensa realizada na sede da estatal, no Rio de Janeiro. Segundo o executivo, o valor representa uma variação mínima de 4,5% e máxima de 5,1% nos pontos de venda da companhia.

Após a interferência do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Castello Branco deixou claro que a política de preços da empresa não mudou. Na semana passada, uma ligação do presidente Bolsonaro, que questionou o tamanho do reajuste, causou o adiamento do aumento. O ruído gerado no mercado resultou também em uma perda bilionária no valor de mercado da empresa.

O chefe da estatal deixou claro que Bolsonaro não teve ciência prévia do novo reajuste. “O presidente soube agora do aumento. Não soube antes”.

Castello Branco afirmou ainda que não houve perda com o adiamento do reajuste. “A Petrobras teve perda zero com adiamento do ajuste do diesel”, isso por causa de operações financeiras que protegiam a companhia da oscilação dos preços. “O frete marítimo caiu e, por isso, o aumento foi menor que o anunciado [anteriormente], de 5,7%”, afirmou, completando: “Esse acontecimento teve final feliz, reafirmou a independência da Petrobras”.

Greve
Quando questionado se a decisão de alta no combustível impactaria na decisão dos caminhoneiros de fazer uma nova paralisação, o presidente afirmou que justamente essa situação o fez adiar o aumento: “Todos nós sofremos com a greve dos caminhoneiros [2018], foi com base nisso que sustei o ajuste”.

O presidente da estatal disse ainda que a companhia pode optar por aplicar o aumento “quando achar importante”.

Crise
Na última quinta-feira (11/04/19), a Petrobras havia anunciado uma alta de 5,7% no preço do diesel, que passaria de R$ 2,14 para R$ 2,26 – valor acima do anunciado nesta quarta. O presidente Jair Bolsonaro, no entanto, não gostou do aumento e procurou o chefe da estatal Petrobras para criticar a alta. Após o contato, a petroleira recuou e adiou o aumento, o que foi encarado pelo mercado como uma ação intervencionista do governo. Como consequência, as ações da companhia caíram 7% naquela sexta-feira (12/04/19).

“Não sou economista, já falei que não entendia de economia, quem entendia afundou o Brasil, tá certo? Estou preocupado também com o transporte de cargas no Brasil, com os caminhoneiros. São pessoas que realmente movimentam as riquezas, de norte a sul, leste a oeste, e que têm que ser tratadas com devido carinho e consideração. Nós queremos um preço justo para o óleo diesel”, disse o presidente na sequência, durante viagem a Macapá.

Reajustes
Em março, a Petrobras se comprometeu a congelar o preço do óleo diesel nas refinarias por pelo menos 15 dias. Por causa da política de preços dos combustíveis da Petrobras, os caminhoneiros pararam o país em maio de 2018. Neste início de ano, com o petróleo em alta, o diesel voltou a ser uma ameaça e a classe avalia cruzar os braços mais uma vez.

O problema começou ainda na gestão do ex-presidente da companhia Pedro Parente, que, para recompor o caixa, determinou a revisão diária da tabela nas refinarias, em linha com o mercado internacional. Sem saber o preço que pagaria pelo combustível no fim de uma viagem, os caminhoneiros entraram em greve e Parente perdeu o cargo.

Além disso, para encerrar os protestos, o governo ainda subsidiou o produto por um semestre. Apenas em 2019, o diesel voltou a ser reajustado periodicamente, semanalmente.

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