Paulo Guedes diz para não apostarem “contra a economia brasileira”
Durante a Dubai Air Show, ministro da Economia afirmou que o Brasil tem assegurado R$ 700 bilhões de investimentos para os próximos anos
atualizado
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Enviada especial aos Emirados Árabes – Sob o barulho ensurdecedor dos motores das aeronaves do Dubai Air Show, uma das maiores feiras aeroespaciais do mundo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a gritaria dos críticos não vai fazer o Brasil cair nos próximos anos. De acordo com Guedes, estão contratados R$ 700 bilhões de investimentos que ajudarão o país a crescer.
“O Brasil tem surpreendido. Nós caímos menos, voltamos mais rapidamente, criamos mais empregos e estamos crescendo mais do que as economias avançadas. Mais uma vez, as previsões lá no Brasil vão ser equivocadas”, afirmou Guedes, que acompanha o presidente Jair Bolsonaro no tour atrás de investimentos por países árabes.
Segundo o ministro da Economia, o país tem R$ 544 bilhões de investimentos já contratados e, com o leilão do 5G, entrarão mais R$ 150 bilhões nos próximos 10 a 15 anos. “Então, nós já temos R$ 700 bilhões contratados. Eu acho muito difícil o Brasil não crescer no ano que vem”, apostou.
E brincou: “Eu não gosto de números. Mas disseram que nosso crescimento seria em V de virtual, mas voltou em V mesmo”.
“O crescimento da economia brasileira já está contratado. Não apostem contra a economia brasileira”, afirmou a jornalistas brasileiros em Dubai. Uma das apostas que o próprio Paulo Guedes faz é em relação à PEC dos Precatórios.
Entenda a PEC dos Precatórios e por que ela é alvo de críticas
“Eu acredito que o Senado vai aprovar (a PEC dos Precatórios). A Câmara fez um belo trabalho, porque ela aprovou tanto o espaço fiscal quanto o Imposto de Renda, que é a fonte de recursos para o Auxílio Brasil. Eu acho que o Senado vai fazer a sua parte”, assinalou.
Segundo Guedes, diversas iniciativas têm ajudado nesse otimismo e na melhora da economia, como o crescimento do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e as privatizações. E tudo com a aprovação do Congresso. “A democracia brasileira tem surpreendido o mundo”, opinou.
Avaliação do governo
O ministro aproveitou para fazer, resumidamente, uma avaliação do governo Bolsonaro em relação à economia. “Foi um governo muito difícil. Queria fazer uma reforma previdenciária com capitalização, que faria o Brasil crescer 5% em bases sustentáveis. Nós conseguimos remover os privilégios da Previdência, mas não conseguimos a capitalização, que ajudar a acelerar o crescimento”, lembrou.
“Da mesma forma, a reforma administrativa, eu mandei em novembro de 2019 para o Executivo e até agora o Congresso não conseguiu processar. Isso frustra bastante nossas expectativas. As privatizações: nós conseguimos vender R$ 240 bilhões em subsidiárias e, ao mesmo tempo em que desalavancamos os bancos públicos em mais de R$ 200 bilhões”, continuou.
Para Guedes, as bases para o crescimento econômico têm sido alcançadas: cortar privilégios da Previdência, juros altos, despesas com funcionalismo e, agora, a resolução dos precatórios. “Na defesa, jogamos relativamente bem. Nós esperamos justamente acelerar nossas reformas para garantir o apoio dos liberais. A Covid nos tirou um ano e meio de combate”, analisou.