Pandemia pode agravar fome no mundo de forma duradoura, diz ONU
Cerca de 600 milhões de pessoas poderão passar fome em 2030. Isso representa 30 milhões a mais do que em um cenário sem pandemia
atualizado
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O número de pessoas que passa fome no mundo aumentou com a pandemia da Covid-19. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), isso terá efeitos de longo prazo na segurança alimentar.
O principal deles é o comprometimento da meta das Nações Unidas em erradicar a fome no planeta até 2030. “Em 2020, entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas no mundo enfrentaram a fome, ou seja, 118 milhões de pessoas a mais do que em 2010, se levarmos em conta a média dessa faixa (768 milhões)”, alerta a ONU.
“Mesmo antes da pandemia de Covid-19, não estávamos no caminho de eliminar a fome e todas as formas de desnutrição no mundo até 2030. Hoje, a pandemia tornou essa tarefa ainda mais difícil”, diz o relatório publicado nesta segunda-feira (12/7).
Ainda de acordo com o documento, “cerca de 600 milhões de pessoas poderão passar fome em 2030, em parte como resultado dos efeitos de longo prazo da pandemia da Covid-19, o que é 30 milhões a mais do que em um cenário onde a pandemia não teria ocorrido”.
Brasil
Os dados da ONU apontaram que 23,5% da população brasileira sofreu com insegurança alimentar moderada ou grave de 2018 a 2020. Enquanto entre 2014 a 2016, a porcentagem era de 18,3%.
Em números, o avanço foi de 37,5 milhões para 49,6 milhões de pessoas neste mesmo período.