Pandemia leva brasileiros a renegociarem R$ 200 bi em dívidas
Cinco maiores bancos já receberam 2 milhões de pedidos para atrasar pagamentos, por exemplo. Operações envolvem pessoas físicas e empresas
atualizado
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Os cinco maiores bancos do país receberam mais de dois milhões de pedidos de renegociação de dívidas desde o início da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Balanço parcial divulgado nesta segunda-feira (06/04) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que os valores dessas negociações já chegam a R$ 200 bilhões.
Logo nos primeiros dias da crise, os bancos anunciaram a renovação de operações de crédito para pessoas físicas, micro e pequenas empresas.
Foram oferecidos benefícios como carência de dois a três meses no vencimento de parcelas em várias linhas, como: crédito pessoal, imobiliário, com garantia de imóveis, para aquisição de veículos e capital de giro.
“Os bancos estão totalmente sensibilizados com a necessidade de os recursos chegarem rapidamente na ponta e continuarão agindo com foco para que o crédito seja dado nas mãos das pessoas físicas e das empresas’’, destaca a Febraban, em nota.
A Febraban pontua que diferente da crise de 2008, desta vez, não se observa um “empoçamento de liquidez”, mas sim um “aumento substancial nas necessidades por recursos líquidos”, o que torna esta crise bem diferente da anterior.
“Além disso, os bancos internacionais cortaram as linhas que dispúnhamos, o que estreitou mais ainda a liquidez do sistema”, conclui o texto.
Veja a renegociação de dívidas por banco:
- Caixa: 1 milhão de pedidos em contratos habitacionais, com oferta de R$ 111 bilhões em créditos e carências de até 90 dias;
- Bradesco: 635 mil pedidos, que representam 1.036.000 contratos;
- Banco do Brasil: 200 mil pedidos, em valor equivalente a R$ 60 bilhões;
- Santander: 80,9 mil pedidos, em valor equivalente a R$ 11 bilhões;
- Itaú: 302,3 mil pedidos, com saldo de R$ 12,1 bilhões e parcelas já prorrogadas em valor financeiro de R$ 679 milhões.