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Pagamentos pelo WhatsApp: conheça vantagens e riscos

O novo recurso foi liberado pelo Banco Central, após estar em debate desde março. O serviço funciona por meio da ferramenta WhatsAppPay

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Foto colorida de mulher trabalhando com celular na mão e fone de ouvido - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de mulher trabalhando com celular na mão e fone de ouvido - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Freepik

Na última terça-feira (4/5), o WhatsApp lançou uma funcionalidade muito aguardada pelo mercado. Agora, pagamentos podem ser realizados pelo aplicativo assim como se envia um áudio ou uma foto. O serviço funciona por meio da ferramenta WhatsAppPay. Os usuários têm a possibilidade de realizar transferências usando cartões pré-pagos, de débito ou cartões múltiplos com a função de débito sem pagar taxas e dispensando a necessidade da maquininha.

O novo recurso foi liberado pelo Banco Central, após passar por debate desde março. A funcionalidade, entretanto, só está disponível para clientes das bandeiras MasterCard e Visa e para pessoas físicas.

De acordo com declarações do diretor de operações do WhatsApp para o portal UOL, Matt Idema, a intenção é de que a ferramenta seja liberada gradualmente. A princípio, as transações podem ser feitas por usuários que tiverem contas no Banco do Brasil, Nubank e Sicredi.

As transferências de pessoa física para pessoa física terão limite de R$ 1 mil e poderão ser feitas 20 operações por dia. Há limite mensal de R$ 5 mil. O pagamento para empresas, entretanto, não tem limitações. Os estabelecimentos devem estar no país e as transações devem ser feitas em moeda nacional.

O consultor de tecnologia e especialista em e-commerce Hugo Cândido garante que o recurso, quando liberado para as empresas, poderá ajudar até mesmo a minimizar os efeitos da crise econômica. “A novidade é muito popular, porque facilita que as empresas não precisem de um terceiro para efetuar negócios. Estamos muito otimistas com a ferramenta. Ela sem dúvidas irá ajudar até mesmo no impacto econômico gerado pela pandemia (da Covid-19)”, afirmou ao Metrópoles.

Questionado sobre as vantagens em relação ao Pix, um outro meio de pagamento eletrônico, o consultor defendeu que as facilidades são ainda maiores. “O Pix funciona muito bem. Já ajudou muitas empresas a não perderem o tempo de venda, mas com o WhatsApp vai ser ainda melhor, uma vez que os pagamentos feitos pelo aplicativo terão ainda menos barreiras. O consumidor não vai nem que ter que abrir o aplicativo do banco durante uma negociação”, disse.

Apesar de o serviço só estar habilitado para pessoas físicas, por enquanto, o número de trabalhadores informais ainda é representativo no país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi alcançada uma taxa de informalidade de 37,6% no trimestre até maio. “Esses trabalhadores podem usar a ferramenta de pagamentos do WhatsApp para pessoas físicas normalmente, não precisam esperar até o app ser liberado para empresas”, completou Cândido.

Golpes

De acordo com especialistas, há alguns riscos nas transações pelo WhatsApp, uma vez que o aplicativo tem seu negócio centrado na publicidade, o que implica a divulgação de dados dos usuários. A nova funcionalidade, portanto, permitirá que a empresa expanda essas informações, adentrando em dados bancários, podendo coletar conhecimentos como, por exemplo, sobre com quem o usuário realiza transações financeiras, a frequência e os valores dessa movimentação bancária.

“O Facebook já sofreu uma série de medidas judiciais por conta do vazamento de dados, por isso existe um risco muito grande de hackers invadirem aplicativos de mensagens e acharem uma informação bancária. O problema é muito sério”, afirmou a advogada Anna Dantas, que é especialista em compliance e gestão de riscos.

Atualmente, há um projeto de lei que tramita no Senado e que pode ajudar na proteção de dados. O PL n°4554/2020 insere o crime de fraude eletrônica no Código Penal. A pena é reclusão de quatro a oito anos, além da possibilidade de multa.

“O crime de estelionato, por exemplo, tem a pena de um a cinco anos, ou seja, é menor do que a que o projeto de lei pretende incluir como crime no Código Penal”, disse a advogada.
Passo a passo

Ficou curioso(a) para saber como utilizar a ferramenta? Siga as instruções abaixo.

  1. Abra o WhatsApp e toque em “ajustes” e depois em “pagamentos”;
  2. Toque em Facebook Pay e depois em “continuar”;
  3. Crie um PIN (senha) de seis dígitos para poder usar nas transações e toque em “avançar”;
  4. Digite seu nome completo, adicione seu telefone e depois o CPF;
  5. Preencha os dados do seu cartão de crédito;
  6. Toque em “salvar”;
  7. Por último, verifique o cartão por meio de um código que será enviado por SMS, e-mail ou pelo próprio app do banco. Feito isso, já pode começar a realizar transações.

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