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Orçamento 2021 pode ser sancionado até o final desta semana

O embate político já deixou cicatrizes nas relações entre Senado, Câmara e governo; Bolsonaro tem até o dia 22 de abril para assinar a peça

atualizado

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A crise do Orçamento 2021, responsável por enfraquecer a relação da equipe econômica com o Congresso, pode ganhar um desfecho até domingo (11/4). Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter até o dia 22 de abril para assinar a peça, interlocutores do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), informaram ao Metrópoles que o desfecho deve ser anunciado pelo governo até o próximo fim de semana.

O embate político já deixou cicatrizes nas relações entre Senado, Câmara e governo. Enquanto, de um lado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que a sanção do Orçamento da forma como foi aprovado pelo Congresso poderá resultar na cassação do mandato do presidente ou, no mínimo, na desaprovação das contas do seu governo e consequentemente na sua inelegibilidade, de outro os dirigentes do Congresso sustentam que o ministro exagera.

O Congresso aprovou mais recursos do Orçamento para emendas parlamentares individuais e coletivas. São recursos que os parlamentares destinam para as suas bases eleitorais. Conforme determina a Constituição, a execução desses gastos é obrigatória.

Um acordo inicial com Paulo Guedes previa um total de R$ 16 bilhões para as emendas. Na hora de formular o Orçamento, entretanto, o relator do texto, senador Márcio Bittar (MDB-AC), aumentou o valor combinado em mais R$ 15,5 bilhões, elevando para R$ 31,5 bilhões o total a ser controlado pelo Congresso no Orçamento.

O impasse está justamente aí. O Congresso decidiu tirar dos gastos previstos com a Previdência e o seguro-desemprego o dinheiro para turbinar as emendas parlamentares.

Como o governo não pode deixar de pagar aposentadorias e pensões, se Bolsonaro assinar um Orçamento sem corrigir os valores previstos para essas despesas previdenciárias, ele pode incorrer em crime de responsabilidade, caminho jurídico para um processo de impeachment.

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Ministro da Economia, Paulo Guedes
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
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Presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

Reprodução/ TV Brasil
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Ministro da Economia, Paulo Guedes

Fábio Vieira/Metrópoles
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Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados

Najara Araújo/Câmara dos Deputados
Emendas infladas

Nesta quinta-feira (8/4), Guedes se pronunciou mais uma vez sobre o assunto durante participação em videoconferência promovida pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. De acordo com o ministro, as emendas foram infladas em excesso, em relação ao que estava planejado inicialmente. “Agora é mais uma questão política de como podemos corrigir isso juntos”, afirmou.

“Não estamos brigando, somos parceiros. Somos poderes independentes, mas podemos colaborar no Orçamento e há um problema de como corrigir o excesso de gastos que foi enviado em um primeiro momento”, declarou.

Segundo Guedes, o Orçamento é conveniente politicamente, mas deixa o Executivo em uma “sombra legal”. “É normal que haja alguns erros aqui ou ali, alguns excessos aqui e acolá, mas esperamos que as coisas terminem bem”, concluiu.

Arthur Lira defende que Bolsonaro sancione o Orçamento e envie um projeto de lei ao Congresso para corrigir o problema e apontar a fonte de receita para a Previdência.

Já a equipe econômica aconselha o presidente a vetar os gastos adicionais com emendas de forma que não fique nas mãos do Congresso, que pode não aprovar o projeto enviado mesmo diante de um acordo caso, por alguma razão, a lua de mel com Bolsonaro acabe.

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