OIT: número de desempregados no Brasil cairá em 1,4 milhão até 2019
Depois de “década perdida”, mundo volta a ver taxa de desemprego nos níveis anteriores à quebra do Lehman Brothers, em 2008
atualizado
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O desemprego no Brasil deve sofrer uma queda “significativa” pela primeira vez desde 2014. A constatação é da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que, nesta segunda-feira (22/1) apresenta suas novas projeções para o mercado de trabalho no mundo. De um total de 13,4 milhões de desempregados em 2017 no país, o número será reduzido para 12,5 milhões de pessoas em 2018 e 12 milhões no ano que vem.
Em números absolutos, a queda do desemprego no Brasil é a maior do mundo. Mas os dados revelam também que um número cada vez maior de brasileiros atua em empregos vulneráveis, com limitadas garantias trabalhistas. Além disso, a redução continua a deixar a economia brasileira com uma taxa de desempregados duas vezes maior que a média mundial e dos emergentes.
A melhoria no caso brasileiro está ligada diretamente ao desemprego da economia nacional. Usando ainda dados desatualizados, a OIT aponta para a expansão do PIB nacional de 0,7% em 2017 e um crescimento de pelo menos 1,5% em 2018. No Banco Central, pesquisa feita com analistas do mercado financeiro mostra que a taxa pode ser de 2,70%.
Respondendo ao Estado, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, admite que os dados brasileiros mostram que “a direção é boa”. “Mas o caminho é ainda muito longo. Não estamos ainda onde queremos estar”, disse. “As taxas de desemprego no Brasil ainda são altas demais”, insistiu. Para ele, voltar às taxas de 2014 de 6,7 milhões de desempregados “levará mais tempo do que as pessoas desejam”.
Ryder também deixou claro que, nos próximos dois anos, as incertezas sobre o Brasil também podem pesar de forma negativa. “O Brasil tem desafios como a reforma trabalhista e questões políticas. As incertezas que rondam essas questões podem gerar um impacto na recuperação do País. Queremos um Brasil forte”, disse.
Segundo ele, a OIT tem olhado “de forma cuidadosa” para a proposta de reforma trabalhista no Brasil e alerta que, nas próximas semanas, os órgãos da entidade internacional irão dar sua opinião formal sobre a queixa que sindicatos fizeram contra as medidas sugeridas pelo governo. “Isso está sob consideração”, disse.
Os dados brasileiros de criação de postos de trabalho também são acompanhados por um número cada vez maior de pessoas no País atuando em empregos vulneráveis. Em 2016, existiam 25,1 milhões de brasileiros nessa situação. Em 2019, eles serão 26,2 milhões.
Recuperação
No mundo, a taxa de desemprego registrou uma estabilização em 2017, ainda que a vulnerabilidade de milhões de trabalhadores também aumentou e os empregos não tenham a mesma qualidade ou renda. Depois de uma alta em 2016, o desemprego no mundo ficou em 5,6% em 2017, com 192 milhões de pessoas afetadas. Para 2018, a taxa deve registrar uma pequena melhoria, com 5,5%.