Offshore torna “escandalosa” permanência de Guedes no governo, diz Fenafisco
De acordo com a instituição, a prática evidencia outra artimanha dos super-ricos para não pagar impostos como o restante da população
atualizado
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A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) declarou, nesta terça-feira (5/10), que as contas em paraíso fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Campos Neto, “denotam conflito de interesse, ferem a moralidade pública e tornam escandalosa a permanência de ambos no governo”.
Os nomes das autoridades apareceram em uma lista revelada no domingo (3/10) pela ICIJ, consórcio internacional de jornalismo investigativo, do qual fazem parte no Brasil os veículos Metropoles, Piauí e Agência Pública.
Em resposta, Guedes e Campos Neto afirmam que declararam à Receita Federal a existência dessas empresas fora do domicílio fiscal. Apesar da prática não ser considerada ilegal, abre questionamentos sobre a transparência dos negócios.
De acordo com a Fenafisco, evidencia outra artimanha dos super-ricos para não pagar impostos como o restante da população brasileira.
“Guedes e Campos Neto lucram no exterior com dólar alto enquanto a situação econômica do país se degrada. Com a denúncia tornada pública por vários veículos da imprensa, se guardassem algum vestígio ético, ambos deveriam deixar imediatamente as funções públicas que exercem”, afirma em nota.
“Além da não contribuição tributária no Brasil em meio a grave crise fiscal, as offshores são largamente usadas de forma ilícita por empresas e indivíduos para evadir divisas e lavar dinheiro”, diz a instituição.
No documento, a Fenafisco ainda reitera a necessidade de uma reforma tributária ampla, social e justa, com a tributação dos super-ricos e isenção das camadas mais pobres da sociedade.
Nesta terça-feira, a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou convite ao ministro Paulo Guedes para explicar a posse da offshore.