metropoles.com

O que Lula espera de Galípolo à frente do Banco Central

Depois de dois anos de embates com Roberto Campos Neto, Lula passará a ter um aliado na presidência do Banco Central (BC) a partir de 2025

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
imagem colorida diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A provável aprovação de Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC) nos próximos quatro anos (2025-2028) deverá render ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um nome mais próximo no comando do órgão que estipula a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Na primeira metade de seu atual mandato, o petista entrou em atrito diversas vezes que o atual presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro (PL), e que dotava de autonomia, não podendo ser demitido.

Galípolo será sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal nesta terça-feira (8/10). A sabatina costuma ser protocolar, visto que os nomes indicados pela Presidência da República não tendem a sofrer resistências dos senadores. Depois, Galípolo ainda precisará ter seu nome aprovado em plenário.

Segundo o ministro da articulação política, Alexandre Padilha, há uma avaliação muito positiva da recepção do Senado para a indicação no BC. “Vamos trabalhar o mais rápido possível para que vá ao plenário”, disse Padilha na segunda (7/10).

Lula mostrou confiança

O presidente indicou que Galípolo terá independência no posto, mas sinalizou que altas de juros precisarão de ampla justificativa. “Se tiver que abaixar juros, abaixa, [e] se tiver que aumentar, aumenta. Mas tem que ter explicação, tem que ter meta de crescimento, se não, não vai a lugar nenhum”, disse Lula no fim de agosto.

Desde que Galípolo assumiu a Diretoria de Política Monetária, em julho de 2023, Lula centrou as críticas em Campos Neto, apesar de Galípolo e outros três indicados também terem votado por aumentos recentes na taxa.

Há quem avalie, nos bastidores, que a troca no comando da autoridade monetária pode ser ruim para Lula e o PT, que perderão o bode expiatório a quem culpam pelo atual patamar de juros. Isso porque as decisões do BC tendem a ser técnicas, e cortes expressivos na Selic daqui para a frente podem sinalizar ao mercado uma interferência política do governo.

Agora, a ideia é que Galípolo mantenha uma interlocução maior com o Palácio do Planalto. Campos Neto só se reuniu a primeira vez com Lula em setembro de 2023, nove meses depois da posse do petista. Até então, o diálogo era feito com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que buscava apaziguar a relação.

No fim do ano, Campos Neto aceitou convite de Lula para a festa de confraternização de fim de ano com ministros do governo, realizada na Granja do Torto, residência de campo da Presidência da República.

Haddad fala em paz entre Lula e Campos Neto: “Não sai do churrasco”

Na virada para 2024, com os sinais de que a Selic seguiria em dois dígitos, a artilharia de ministros e expoentes do PT voltou a funcionar, apontada especialmente para Campos Neto.

Mercado projeta novos aumentos da Selic

Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após o BC decidir, em setembro elevar o patamar. Essa foi a primeira subida da taxa no terceiro mandato do petista.

O último aumento da taxa tinha ocorrido em agosto de 2022, em pleno governo Bolsonaro, quando o Copom subiu os juros de 12,75% para 13,25% ao ano — a maior taxa Selic desde 2016.

No momento, o mercado financeiro segue apostando em uma nova elevação de 0,50 ponto percentual na taxa de juros já na próxima reunião do Copom, em novembro.

De acordo com a mais recente projeção dos 150 analistas consultados semanalmente pelo Banco Central, a Selic passaria dos atuais 10,75% ao ano para os 11,25% ao ano no mês seguinte.

Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa de juros do país fique em 11,75% ao ano — a mesma prevista no Relatório Focus publicado na semana passada.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?