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“O IBGE está na idade da pedra lascada”, critica Guedes

“Estamos gerando, praticamente, 1 milhão de empregos a cada três meses e meio”, disse o ministro da Economia, após evento no Rio de Janeiro

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Ministro da Economia, Paulo Guedes, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o da Comunicação, Fábio Faria, falam com a imprensa após jantar do presidente Bolsonaro com empresários
1 de 1 Ministro da Economia, Paulo Guedes, da Saúde, Marcelo Queiroga, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o da Comunicação, Fábio Faria, falam com a imprensa após jantar do presidente Bolsonaro com empresários - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou a metodologia de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30/7). O órgão divulgou, nesta manhã, a taxa de desemprego de 14,6% no trimestre encerrado em maio. O resultado não agradou ao líder da pasta econômica.

Guedes afirmou que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), publicado pelo governo federal, comprova que o Brasil está criando empregos “rapidamente”.

“Estamos gerando praticamente 1 milhão de empregos a cada três meses e meio”, disse a jornalistas após evento realizado na sede do Ministério da Economia no Rio de Janeiro.

O titular da pasta federal não considerou, entretanto, que o Caged mostra apenas os números do mercado de trabalho formal, enquanto o IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), contempla também o setor informal do país. Na avaliação de Guedes, a Pnad está atrasada, uma vez que a taxa de desemprego é calculada por meio de entrevistas por telefone, enquanto o Caged usa dados oficiais das empresas.

“Vamos ter que rever, acelerar os procedimentos do IBGE, porque o IBGE ainda está na idade da pedra lascada”, afirmou o ministro.

Depois, ele destacou os dados apresentados pelo Caged, que apontam a criação de 309 mil postos de trabalho em junho. “Desde o início do ano, já criamos 1,5 milhão de empregos. Desde a pandemia, que cortou 1 milhão de empregos, já criamos 2,5 milhões.”
Censo

O desafeto da equipe econômica pelas pesquisas do IBGE não é recente. Em abril, o então secretário especial da Fazenda do Ministério da EconomiaWaldery Rodrigues, afirmou que o Censo Demográfico não seria realizado este ano, conforme estava previsto, por falta de “previsão orçamentária”.

O Censo Demográfico deve ser realizado a cada 10 anos, por lei. O último ocorreu em 2010, porém, no ano passado, devido à pandemia da Covid-19, o governo adiou a realização da pesquisa.

A área técnica do governo listou uma série de eventuais problemas para a realização do Censo, entre os quais:

  • Risco pelo fato de a população ainda não estar plenamente vacinada, levando a possíveis resistências para receber o recenseador;
  • Prováveis dificuldades de ordem orçamentária e financeira, em dezembro e nos primeiros meses de 2022; e
  • Alta probabilidade de desistências dos recenseadores durante o período de coleta.

Com o corte de 90% do orçamento previsto, a realização da pesquisa se tornou inviável e as 208.695 vagas temporárias que seriam ofertadas para o serviço, também.

O presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, afirmou a realização da pesquisa em 2022 ainda depende das circunstâncias orçamentárias. “Vamos lutar pela integralidade do orçamento para o Censo 2022 e para mitigar as perdas operacionais em 2021”, disse em entrevistas.

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