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“O Brasil não pode ficar preso em negociações ideológicas”, diz Guedes

“O Mercosul não está correspondendo às expectativas que foram lançadas. O Brasil está chegando atrasado na festa do comércio”, ressaltou

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Ministro da Economia, Paulo Guedes
1 de 1 Ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu mais uma vez, nesta quinta-feira (19/8), a modernização do Mercosul. De acordo com ele, o bloco não traz benefícios ao Brasil há décadas e faz a economia do país ficar presa a “negociações ideológicas”.

O pronunciamento foi feito durante um encontro, nesta manhã, promovido pela Comissão de Relações Exteriores, com o também ministro Carlos Alberto França (Relações Exteriores), para debater a Tarifa Externa Comum (TEC) e a potencial ampliação do Mercosul.

O acordo foi criado em 1991 e é constituído por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, tendo como associados Chile e Bolívia. O objetivo do bloco é a adoção de políticas de integração econômica e aduaneira entre os países.

Na avaliação de Guedes, entretanto, isso não vem ocorrendo de forma adequada. “O Mercosul não está correspondendo às expectativas que foram lançadas. O Brasil está chegando atrasado na festa do comércio”, afirmou.

A grande crítica do ministro em relação ao bloco tem raiz numa queda de braço travada contra a Argentina e que, por enquanto, o Brasil vem perdendo. Ao passo que nossos vizinhos não querem aprovar a redução de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC), que unifica as alíquotas de importação de cada produto e cria uma espécie de mercado ampliado, o Brasil considera isso essencial para consolidar sua integração global e econômica.

O argumento do governo de Alberto Fernández é a necessidade de proteger os setores industriais fabricantes de bens finais e intermediários, o que Guedes considera uma ideologia “bolivarianista”.

“O Brasil é a maior força econômica do Mercosul. Não é o Brasil que está dentro do Mercosul, é o Mercosul que tem de estar onde o Brasil está. O Brasil não pode ser preso em negociações ideológicas que atrasam o progresso brasileiro”, afirmou o ministro.

“A nossa economia tem um grande potencial, é uma das oito maiores do mundo, e sempre disse o seguinte: somos liberal democratas, mas não somos trouxas”, completou.

Fontes ouvidas pelo Metrópoles afirmam que há a possibilidade de o governo se retirar do bloco, mantendo-se apenas na área de livre comércio do Mercosul, se um acordo entre Argentina e Brasil não for fechado.

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