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Nove em cada 10 pequenos negócios que buscam não conseguem empréstimos

Porcentagem de empresas que buscaram financiamento no último mês aumentou em meio à pandemia do novo coronavírus

atualizado

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1 de 1 Empresas - Foto: Klaus Vedfelt/Getty

Enquanto a crise econômica do novo coronavírus vai tomando forma e se consolidando, donos de pequenas empresas relatam dificuldades para conseguir manter seus negócios em funcionamento.

Cerca de nove a cada 10 (86%) empreendedores que buscaram crédito durante o último mês tiveram o empréstimo negado ou ainda têm os pedidos em análise. Os números fazem parte de pesquisa divulgada nessa terça-feira (19/05) pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento se refere ao período de 7 de abril a 5 de maio.

Nesse período, 38% dos empresários entrevistados disseram que solicitaram crédito. Na última pesquisa, essa taxa era oito pontos percentuais menor: 30%.

O analista de serviços financeiros do Sebrae Adalberto Luiz destaca que a dificuldade para pequenas empresas conseguirem crédito sempre existiu, mas se agravou com o surto do novo vírus.

“Essa dificuldade é notória há algum tempo. Neste momento, contudo, com a pandemia, não há dúvidas de que essa dificuldade de acesso piorou, decorrente, por exemplo, da falta de faturamento dessas empresas”, analisa.

Grandes bancos

Pequenas e médias empresas tomaram apenas 21% do valor total dos novos empréstimos desde o começo da disseminação do novo coronavírus, segundo dados da Febraban.

Adalberto destaca que a porcentagem elevada de negativas de crédito se deve ao fato de muitos empresários procurarem apenas as grandes instituições.

De acordo com a pesquisa do Sebrae, bancos públicos representam 63% das demandas de créditos, e bancos privados, 57%. As cooperativas de crédito, porém, apenas 10%. “Busque outras alternativas, não fique só nas grandes empresas”, diz Adalberto.

Alternativas

Seguindo essa lógica, o consultor Artur Lopes, sócio da IWER Capital, empresa de gestão para recuperação e consolidação de negócios, traça um roteiro a ser seguido nessa busca.

O ideal, segundo o especialista, é procurar créditos mais estruturados, como em bancos de fomento. É o caso, por exemplo, do BNDES e alguns regionais. “São instituições que têm o objetivo de alimentar a atividade econômica”, sintetiza.

Em seguida, já com a negativa de bancos como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BB), está na hora de correr para as pequenas instituições.

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O PIS é destinado aos trabalhadores do setor privado e é pago na Caixa Econômica Federal
Sede do Banco do Brasil, em Brasília
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O PIS é destinado aos trabalhadores do setor privado e é pago na Caixa Econômica Federal

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Como exemplo, existem as cooperativas de crédito, que são formadas por um grupo de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos associados.

Outra boa alternativa são as fintechs, que, inclusive, possuem custos operacionais muito menores comparados às instituições tradicionais.

“Não havendo mais a possibilidade de ter crédito, existem os fundos de direitos creditórios (Fidcs). São fundos que têm um caráter suplementar e podem fazer operação com uma rigidez menor”, explica Lopes.

Crédito é necessário?

Professor de Inovação e Negócios Digitais do Ibmec-DF, Marcelo Minutti questiona, entretanto, se realmente buscar crédito é a melhor opção para o momento.

Ele apresenta um outro movimento: o de olhar ao redor e identificar oportunidades que possam ser melhores para a empresa do que um empréstimo.

“É preciso ter uma consciência de que a mudança é inevitável e criar novas linhas de receita. Chamo isso de darwinismo empresarial. Não é o mais forte que vai sobreviver, mas o que está conseguindo se adaptar”, diz.

“É bem melhor do que pegar um crédito e pagar as contas por um ou dois meses”, afirma. “Pode ser que esteja só prolongando um sofrimento que vai acabar lá na frente”, conclui.

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