“Nova” CPMF: CNI é “absolutamente contra” imposto defendido por Guedes
Presidente da entidade, Robson de Andrade defendeu que não haja aumento no “bolo tributário” e pediu reforma tributária com imposto único
atualizado
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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou em evento com representante do Ministério da Economia e empresários que, para o Brasil voltar a crescer, é necessário tomar medidas “sérias, corajosas, duras e difíceis”. Ele ainda disse ser “absolutamente contra” o novo imposto avaliado pelo ministro Paulo Guedes, que seria uma adaptação da antiga CPMF, alegadamente em transações digitais.
Apesar de ser contra o novo imposto, Braga afirmou ser favorável à tributação de algumas atividades exercidas em meios digitais “que hoje não contribuem para a Receita Federal”. Ele defendeu que não haja aumento do “bolo tributário”, mas que seja feita uma melhor distribuição da carga tributária entre todos os setores.
Para Andrade, a principal reforma para acelerar a economia em meio à pandemia de coronavírus é a tributária. “Nós apoiamos uma reforma ampla e geral, que contemple todos os impostos sobre o consumo e uma alíquota única”, afirmou o presidente da CNI.
As declarações foram dadas em um evento organizado pela CNI, que teria a participação de Guedes – mas o ministro avisou, de última hora, que não poderia comparecer e enviou o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, para substituí-lo.
Governo
Na ocasião, Costa disse que foco do governo no cenário de recuperação é melhorar o ambiente de negócios, com a aprovação de marcos regulatórios para facilitar o investimento em infraestrutura do país. Segundo ele, nos próximos dias, o governo editará medida provisória capaz de aumentar a classificação do Brasil em 50 pontos no Doing Business, relatório sobre ambiente de negócios em 190 economias do Banco Mundial.
“Estamos trabalhando com a CNI, que tem nos apoiado bastante. Tanta gente trabalhando por um país melhor. Nós temos gente boa, o que precisamos? Precisamos de um ambiente melhor e com condições de crédito melhor, para o Brasil continuar decolando”, afirmou Costa .
Sobre o aumento da carga tributária, Carlos da Costa disse que a orientação do ministro Paulo Guedes é de que a carga tributária relativa seja menor no fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro. “Esse é o nosso compromisso: redução da carga tributária em percentual do PIB. A equipe econômica é unida e não pode deixar o teto de gastos ser atacado. Se for atacado, nós vamos defender, mesmo que isso custe alguns feridos. Essa é a nossa visão”, afirmou.