Netflix ou Disney+: quem tem ganhado a batalha por assinantes?
Empresas de streaming acirram a disputa por clientes, na tentativa de compensar os custos mais elevados com produções originais
atualizado
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Na corrida pelo título de maior plataforma de streaming, a Netflix largou bem à frente das suas concorrentes, mas aos poucos começou a perder fôlego. Atropelada pela alta da inflação e pela chegada de concorrentes como HBO+, Disney+ e Amazon Prime Video, a pioneira dos streamings tem encontrado dificuldades em ampliar a base de assinantes no mesmo ritmo de antes. No entanto, o último trimestre pode ter sido determinante para uma virada no jogo.
A empresa reportou um balanço de resultados substancialmente melhor que o do seu principal concorrente, o Disney+. Com produções próprias virais, como a série Sandman, a Netflix ganhou 2,4 milhões de novos assinantes, mais do que o dobro que os analistas de mercado esperavam. O número animou, pois no trimestre passado, a empresa havia perdido 1 milhão de clientes.
Já o Disney+ também conseguiu engordar a base de assinantes, mas ao contrário da concorrente, os números decepcionaram. Embora tenha acrescentado 12 milhões de clientes à plataforma no mesmo período, o braço de streaming significou um fardo para o balanço da Disney, como um todo. O crescimento acelerado das receitas vindas das visitas aos parques de diversões foi, em boa parte, anulado pelo prejuízo do Disney+.
Nos últimos três anos, a Disney jogou pelo ralo cerca de US$ 8 bilhões apenas para custear as operações de sua plataforma de filmes e séries. Na quarta-feira (9/11), dia após a divulgação do balanço, as ações da gigante de entretenimento caíram 13%, e agora acumulam perdas de 50% em um ano.
Assinatura mais barata
Outra pedra no sapato da Disney é a assinatura mais barata da Netflix, anunciada no início do mês de novembro. O plano, 30% mais barato que o pacote mais básico comercializado anteriormente, terá o inconveniente de exibir propagandas ao espectador durante os filmes e séries.
A aposta dos investidores é que esse será um inconveniente driblado pelo apelo de um serviço mais barato e, por isso, analistas como os do banco suíço UBS elevaram em cinco vezes o preço-alvo para as ações da Netflix – isso é o valor que o banco espera que as ações custarão em um horizonte de médio prazo, levando em conta o rumo que a empresa parece trilhar.
Como a estratégia de queimar dinheiro para angariar assinantes tem se mostrado muito custosa, a Disney deverá buscar uma alternativa, a exemplo da concorrente, para ampliar as receitas. Se essa saída também será a inclusão de publicidade em sua plataforma, só o tempo dirá.10