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Não seja enganado: saiba como evitar golpes na Black Friday

Com aumento de vendas no período, especialmente pela internet, é preciso ter cuidado para não cair em propaganda e ofertas enganosas

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1 de 1 Golpe-pela-internet - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

“Tem coisa na vida que não dá para evitar. Mas, as fraudes, você pode.” Esse foi o mote da Semana de Segurança Digital, realizada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e 20 instituições bancárias do país entre 20 e 26 de outubro. A iniciativa marcou o início de uma campanha nacional antifraudes no ambiente virtual que vai durar até dezembro.

Seu maior objetivo é alertar a população para os riscos de golpes on-line praticados por criminosos no período de fim de ano, especialmente a partir do boom de vendas esperado com a Black Friday.

Embora a megapromoção seja realizada em 29 de novembro, a partir de outubro comércios e serviços já têm ofertas relacionadas à Black Friday, numa espécie de “esquenta”. No ano passado, os sites de comércio eletrônico venderam quase R$ 3 bilhões no “dia D” da superpromoção – foi o maior volume registrado pelo setor em todo o ano. Para 2019, a expectativa da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABComm) é de que esse faturamento cresça 18%, atingindo R$ 3,45 bilhões.

Quanto maior a estimativa de vendas, maior o risco de fraudes relacionadas ao evento. Levantamento do Google com a consultoria Provokers, indica aumento de 58% na intenção do brasileiro de aderir à Black Friday, sendo que 60% dos consumidores disseram preferir comprar pela internet. E é aí que mora o perigo: segundo a Febraban, 70% dos golpes praticados hoje no país se relacionam à engenharia social, com o usuário sendo induzido por criminosos a revelar códigos de segurança e senhas de acesso.

Com a nossa ação de conscientização, queremos ajudar a criar uma forte cultura de proteção de dados no país, auxiliando o consumidor no uso de suas informações de modo seguro no ambiente digital

Adriano Volpini, diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban

Infinidade de golpes
Com a temporada de promoções, aumenta o assédio sobre os consumidores por telefone, SMS, redes sociais, WhatsApp e e-mail. São comunicações de ofertas imperdíveis e até de supostos prêmios e cupons de desconto, que, para valerem, precisam de um cadastro on-line ou confirmação por links e banners suspeitos, entre outras formas de validação.

É nessa hora que fraudadores tentam convencer o cliente a informar senhas e códigos: dados pessoais jamais solicitados desta forma por instituições financeiras e comércios regulares. Com os dados em mãos, os estelionatários podem aplicar uma infinidade de golpes (conheça alguns na galeria abaixo), sacar valores de contas bancárias e fazer compras não autorizadas pelo cliente.

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Golpes cibernéticos, como no aplicativo WhatsApp, são cada vez mais comuns
Golpe do falso motoboy – O cliente recebe ligação de um suposto funcionário de seu banco, informando que seu cartão foi clonado e é preciso bloqueá-lo. Para isso, bastaria cortar o cartão e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O bandido pede a senha, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão cortado: assim, o chip continua intacto e é entregue à quadrilha, que pode realizar diversas transações.

Para evitar: não entregue; o banco nunca pede o cartão de volta ou se oferece para retirar um novo. Na dúvida, desligue o telefone e ligue para o banco, de outro aparelho, para se certificar de que houve ou não problema com seu cartão
Golpe da troca de cartão – ao entregar a maquininha para digitar a senha, o bandido distrai o cliente que, sem perceber, a digita no campo do valor, deixando-a à mostra. Após roubar a senha, o golpista distrai novamente o cliente e troca seu cartão, ficando com o verdadeiro. Quando o consumidor vai fazer outra negociação, percebe a troca: a essa altura a quadrilha já pode ter feito compras em seu nome. 

Para evitar, fique atento durante toda a operação, certifique-se que sua senha não está sendo mostrada na tela (deve aparecer asteriscos) e confirme ter recebido o cartão com seu nome ao final da compra
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Golpe da falsa promoção – A vítima recebe e-mail ou mensagem com ofertas tentadoras e links para sites falsos, onde a pessoa preenche cadastro com dados sigilosos, como número de cartão e senhas. Com os dados, os bandidos burlam bloqueios de segurança, realizam transações, liberam novos cartões... Para evitar, sempre confirme se o endereço da página é o certo; não acesse links de e-mails suspeitos e mantenha seu antivírus atualizado. Opte sempre por sites e lojas conhecidos e não use computadores públicos para fazer compras; tampouco forneça senhas e códigos a outras pessoas

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Golpes cibernéticos, como no aplicativo WhatsApp, são cada vez mais comuns

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Golpe do falso motoboy – O cliente recebe ligação de um suposto funcionário de seu banco, informando que seu cartão foi clonado e é preciso bloqueá-lo. Para isso, bastaria cortar o cartão e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O bandido pede a senha, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão cortado: assim, o chip continua intacto e é entregue à quadrilha, que pode realizar diversas transações. Para evitar: não entregue; o banco nunca pede o cartão de volta ou se oferece para retirar um novo. Na dúvida, desligue o telefone e ligue para o banco, de outro aparelho, para se certificar de que houve ou não problema com seu cartão

Agência Brasil
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Golpe da troca de cartão – ao entregar a maquininha para digitar a senha, o bandido distrai o cliente que, sem perceber, a digita no campo do valor, deixando-a à mostra. Após roubar a senha, o golpista distrai novamente o cliente e troca seu cartão, ficando com o verdadeiro. Quando o consumidor vai fazer outra negociação, percebe a troca: a essa altura a quadrilha já pode ter feito compras em seu nome. Para evitar, fique atento durante toda a operação, certifique-se que sua senha não está sendo mostrada na tela (deve aparecer asteriscos) e confirme ter recebido o cartão com seu nome ao final da compra

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Como se proteger?
Não bastassem os chamados “perigos virtuais” ainda há os casos de comércios reais maquiando preços: os valores dos produtos são baixados antes Black Friday e apenas normalizados durante o período de promoções. Dessa forma, o comerciante induz o cliente a acreditar que os itens tiveram uma redução real de preços.

Para o consumidor, fica a dúvida: como saber se uma oferta é verdadeira, maquiada ou mera isca lançada por bandidos que atuam no mundo digital? A resposta pode estar também na internet. Abaixo, uma lista de ferramentas e sites gratuitos que auxiliam a esclarecer essa e outras questões:

Buscapé
Site monitora preços e revela ao consumidor a variação dos valores dos produtos em oferta; ordena as promoções por preços e também lista os comércios mais confiáveis.

Baixou Agora
Trata-se de um plugin para o Google Chrome, que monitora a variação de preços, mostra o histórico dessas oscilações e alerta o consumidor sobre os maiores descontos para produtos escolhidos pelo usuário.

Promobit
Site comparador de preços, que também oferece cupons de desconto. Os próprios usuários podem cadastrar ofertas, mas a vantagem é que a página checa a informação antes de divulgá-la: o serviço confirma o preço e a confiabilidade do comércio indicado.

Reduza
É site e também extensão para Chrome e Firefox: basta colar o link do produto desejado no campo de busca que a ferramenta lista as ofertas disponíveis.

Busca Descontos
Focado em promoções, o serviço oferece cupons de descontos ao internauta e também apresenta lista de oferta de e-commerces.

Decolar.com
Específico para o turismo, o site procura e apresenta as melhores tarifas de passagens aéreas e valores de hospedagem no Brasil e exterior.

Já Cotei
Site usa gráficos para comparar preços, indicando a variação nos últimos meses: assim, usuário descobre se o desconto é real ou se foi maquiado. Conta com extensão para o Chrome, que dispara alerta caso outra loja ofereça um preço melhor pelo produto.

Zoom
Além do site, é aplicativo para iOS e Android: monitora preços de e-commerces e possibilita a comparação simultânea de dois a quatro produtos. Também dispõe de histórico de preços e alerta de melhor oferta.

Pelando
Site de monitoramento de ofertas de e-commerces, disponível ainda como extensão Chrome e aplicativo para Android e iOS. Permite a identificação de promoções válidas; comparação de valores por gráfico e mostra data de menor preço do produto.

Black Fraude?
Problemas com preços maquiados, demora na entrega e alto preços de fretes registrados nas primeiras edições tupiniquins da Black Friday, fizeram que a temporada de ofertas fosse apelidada por insatisfeitos de Black Fraude.

Para reverter a imagem negativa, os idealizadores do evento no Brasil lançaram, em 2014, o site Black Friday de Verdade que seleciona as melhores promoções do período. Desde 2017, com a ABComm, Digitalks e E-commerce Brasil, a página promove o Prêmio Black Friday de Verdade para reconhecer as melhores práticas das lojas virtuais.

A dica dos responsáveis pelas iniciativas é que o consumidor deve preferir sites conhecidos e lojas nacionais na hora de comprar. O pagamento, de preferência, deve ser por cartão de crédito – se pedirem depósito em conta corrente ou poupança de pessoa física, há grande chances de se tratar de um golpe.

A opção por navegar em sites conhecidos reduz o risco de a pessoa ficar à mercê de ataques de estelionatários. E o Código de Defesa do Consumidor, infelizmente, só vale em território nacional, o que explica a indicação pelas lojas brasileiras. Por fim, fazer uma pesquisa – jogar no Google – antes de escolher o local da compra também ajuda. Ali é possível ver se há reclamações, e de que natureza, contra o comércio: a total ausência de comentários pode indicar tratar-se de uma loja ou promoção inventadas.

Também é importante guardar comprovante por e-mail, com número do pedido, descrição do produto e prazo de entrega. Todos esses cuidados ajudam o consumidor a reunir informações e acionar os órgãos de proteção, como o Procon, caso haja algum problema na compra ou entrega do produto.

E por falar no órgão de defesa do consumidor, o Procon-SP lançou uma campanha para orientar o público da Black Friday – confira o resumo das principais dicas para fugir de armadilhas do período:

  • Recomenda-se que o consumidor faça uma lista do produto ou serviço que precisa ou deseja e estipule um limite de gasto, evitando assim gastar mais do que o previsto. Importante também fazer uma pesquisa de preços por meio de aplicativos e sites de comparação de preços.
  • Observar o prazo de entrega e informar-se antecipadamente sobre a política de troca da empresa são atitudes que ajudam a evitar problemas.
  • O consumidor deve evitar clicar em links e ofertas recebidas por e-mail ou redes sociais, fazendo sempre a consulta da página oficial da loja, de preferência digitando o endereço do site.
  • Os produtos expostos nas vitrines devem apresentar o preço à vista e, se vendidos a prazo, o total a prazo, as taxas de juros mensal e anual, bem como o valor e número das parcelas.
  • Qualquer produto, nacional ou importado, deve apresentar informações corretas, claras e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazo de validade, origem, além dos riscos que possam apresentar à saúde e segurança dos consumidores.
  • Nas compras feitas em sites, após escolher o produto ou serviço, o consumidor deve verificar se o preço será alterado no carrinho virtual ou se o valor do frete é muito mais alto que o habitual.
  • Segundo o Código de Defesa do Consumidor, em compras feitas fora do estabelecimento, o cliente tem 7 (sete) dias para “se arrepender”, cancelar a compra, devolver o produto e pedir o dinheiro de volta (o prazo começa na data da compra ou da entrega do produto).
  • Qualquer produto, nacional ou importado, deve apresentar informações corretas, claras e em língua portuguesa sobre características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazo de validade, origem, além dos possíveis riscos à saúde e à segurança dos consumidores.

Se ainda assim você for vítima de um golpe durante a temporada de superofertas, acione seu banco para suspender cartões e trocar senhas; o Procon, que deve adotar as providências contra lojas (física ou on-line) envolvidas; e a polícia, para identificar os criminosos que agiram no esquema fraudulento.

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