MPT sobre novas medidas trabalhistas: “Expõe população a risco”
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) publicou MP nesse domingo (22/03) que autoriza a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses
atualizado
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) criticou nesta segunda-feira (23/03) a Medida Provisória (MP) 927/2020, que flexibiliza a relação patrão-trabalhador com o objetivo de reduzir os efeitos do novo coronavírus no mercado.
Em nota, o MPT informou compreender o estado de calamidade pública que vive o país, mas destacou “extrema preocupação” com as medidas apresentadas.
“Ao reverso de manterem o fluxo econômico em mínimo andamento mesmo em meio à crise, interrompem abruptamente a circulação de recursos e expõe uma gama enorme da população a risco iminente de falta de subsistência”, destacou o órgão.
Ao todo, são sete ações previstas na MP. Entre elas, a autorização da suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses.
Para o Ministério Público do Trabalho, essa medida evidencia um suposto equívoco por parte do governo federal.
“Em linhas gerais, tem-se um permissivo geral para a suspensão do contrato de trabalho, sem qualquer tipo de remuneração ou indenização para o trabalhador, o que além de tudo, acelera a estagnação econômica”, prosseguiu.
O órgão criticou ainda a falta de diálogo com entidades sindicais, que não teriam se encontrado com o ministro da Economia Paulo Guedes durante a elaboração da MP.
“Por outro lado, em meio a uma crise de saúde, a instituição entende paradoxal e equivocado excepcionar justamente o cumprimento de normas de saúde e segurança laboral, que ao reverso deveriam ser reforçadas, evitando mais perdas de vidas em um cenário tão adverso”, complementa.
Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou o texto de “capenga” e disse ter combinado outro texto com a equipe econômica.
Veja a íntegra da nota do MPT aqui.