Mourão: parceria chinesa para a Embraer é “casamento inevitável”
Ao avaliar fracasso da negociação com a norte-americana Boeing, Mourão diz que “há males que vêm para bem”
atualizado
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Após o fracasso da aquisição da Embraer pela norte-americana Boeing, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRB), afirmou que o Brasil deve procurar uma parceria com a China para vender aviões de médio alcance para o país asiático. Em entrevista à consultoria Arko Advice, nesta segunda-feira (27/04), o general da reserva avaliou que o insucesso das negociações com a gigante norte-americana pode ser considerado daqueles “males que vêm para o bem”, e que o governo brasileiro, com suas ações, buscará negociação com os chineses.
“Há males que vêm para bem”, disse o vice. “Permanecendo aqui no Brasil, com a Embraer, o governo com sua golden share [ação que dá poder de veto]”, disse o vice, a situação é de “casamento inevitável” com a China.
“A Embraer tem uma tecnologia, tem um know-how. A empresa tem uma ação de porte interno, não vou chamar de pequeno porte, e a China é que está expandindo esse tipo de aviação. É um momento no qual a Embraer poderá se aproximar. Já temos penetração no mercado local com aeronaves da Embraer e isso poderá ser aprofundado. Então, aquele nosso casamento tem que avançar porque é um casamento inevitável: nós temos um produto e eles têm a necessidade. Nós temos a tecnologia e eles têm a demanda”, disse Mourão.
Nesta segunda, a empresa brasileira anunciou ter iniciado um procedimento de arbitragem referente à desistência do acordo de compra feito com a empresa americana e que vinha sendo costurado desde 2017. No sábado, a Boeing anunciou o cancelamento do acordo, que previa o controle da linha de jatos comerciais da Embraer por US$ 4,2 bilhões (R$ 23,5 bilhões). A Boeing alegou que os brasileiros não cumpriram todas as exigências para a separação da área.