Moody’s: reverter deterioração fiscal e aumento da dívida exige coesão política
A Moody’s destaca no relatório que “a situação política se tornou cada vez mais complicada”
atualizado
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A agência de classificação de risco Moody’s afirmou nesta quarta-feira, 9, que reverter a tendência de médio prazo de deterioração das métricas fiscais e a trajetória de aumento da dívida do Brasil vai exigir ajuste fiscal estrutural e coesão política. A Moody’s colocou o rating Baa3 do Brasil em revisão para possível rebaixamento.
Em relatório, a Moody’s avalia que existe uma falta de consenso político no Brasil sobre a necessidade de corrigir o rigor orçamentário mais agressivamente por meio de reformas que tratem do aumento dos gastos mandatórios. “Esse impasse político tornará difícil conter as tendências de gastos do governo e, consequentemente, reverter a tendência de aumento da dívida”, diz a agência.
A Moody’s destaca no relatório que “a situação política se tornou cada vez mais complicada”. “A iniciação do processo de impeachment contra a presidente no começo de dezembro coloca mais dúvidas sobre a perspectiva de cooperação entre o Congresso e a presidente para aprovar medidas de consolidação fiscal significativas em 2016.”
Segundo a Moody’s, no período de revisão do rating do Brasil será avaliada a habilidade e disposição das autoridades para colocar a política fiscal de volta aos trilhos, restaurar o crescimento econômico e conter e reverter o aumento nas proporções de dívida do governo.
“Ao longo do período de revisão, esperamos que o Congresso aprove o orçamento de 2016 e algumas medidas que gerem receita para conter o déficit fiscal”, diz a Moody’s. “Tomando o orçamento para 2016 como ponto de partida, focaremos na análise do cenário macroeconômico e fiscal para avaliar a trajetória da dívida pública sob diferentes cenários, levando em consideração o encaminhamento do processo de impeachment”, acrescenta o relatório.