Ministro mantém críticas a caminhoneiros: “Verdade tem que ser dita”
Em evento, ministro da Infraestrutura atacou lideranças da categoria e afirmou haver chance “zero” de greve no próximo dia 1º
atualizado
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O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou, no início da tarde desta quarta-feira (27/10), não se arrepender das críticas que fez a “meia dúzia” de lideranças de caminhoneiros, durante evento na semana passada, em São Paulo.
“Sabe por que não? Quando a gente age com sinceridade, não tem que ter medo”, disse, em resposta a pergunta do Metrópoles. “O que eu falei no evento em São Paulo é o que eu falo para eles todos os dias. A minha fala foi dura, mas é uma fala verdadeira. Seu pai às vezes não é duro com você? Às vezes é. […] A verdade tem que ser dita”, completou o ministro, que almoçou hoje com deputados da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo.
No vídeo, que viralizou em grupos de caminhoneiros nessa terça-feira (26/10), o ministro disse não acreditar em uma greve de caminhoneiros de grandes proporções no próximo dia 1° de novembro e criticou duramente “meia dúzia de lideranças” que chamam paralisações frequentes.
Segundo Tarcísio, o movimento não tem motivos nem poder de baixar o preço do diesel no Brasil. “Você acha que vai baixar numa greve? Lamento, não vai”, declarou.
Após almoçar com deputados da Frente Brasil Competitivo nesta quarta-feira, o ministro afirmou, em conversa com jornalistas, que a possível paralisação do próximo dia 1º é o 16º chamamento de greve da categoria no governo Bolsonaro. Ele exigiu que, em vez de manifestações nesse sentido, haja conversa. “Problemas complexos não têm soluções simples”, disse.
Tarcísio disse também que o aumento do diesel não deveria ser um problema para a categoria. “Às vezes, quem destrói o frete é o próprio caminhoneiro. Às vezes, você tem um grupo de caminhoneiros negociando com uma transportadora um determinado valor de frete. Sempre tem aquele que oferece um frete muito mais baixo, inexequível, que acaba pegando o transporte e passando por dificuldades. Vocês têm que aprender a se reinventar, aprender a gerir o seu negócio”, aconselhou o ministro.
“Se a farinha de trigo sobe, o que o padeiro faz? Aumenta o valor do pão francês. O padeiro da minha rua aumenta, o da sua rua aumenta, e todo mundo aumenta. Todo mundo percebe que tem que repassar aquilo para o preço. Agora, se o valor do diesel sobe, o que deveria ser feito? Repassar isso para o frete”, completou.