Ministro do Planejamento exagera sobre balança comercial do Brasil
Lupa checou informações sobre a economia brasileira fornecidas por Dyogo Oliveira durante entrevista e eventos recentes. Confira o resultado
atualizado
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Na semana passada, o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, concedeu entrevista ao programa É Notícia, da Rede TV!, e falou sobre suas expectativas para 2018. Também tratou da reforma da Previdência e citou dados da economia brasileira. A Lupa selecionou algumas das frases ditas pelo ministro durante a entrevista, para checar a vericidade das informações apresentadas. Veja o resultado:
“Nós tivemos, neste ano [de 2017], mais de US$ 70 bilhões de saldo da balança comercial.”
Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, ao programa É Notícia, no dia 29 de janeiro
Os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) mostram que o saldo da balança comercial brasileira foi de US$ 67 bilhões em 2017, ou seja, US$ 3 bilhões a menos do que o informado pelo ministro. No ano passado, o Brasil exportou aproximadamente US$ 217 bilhões em produtos. Minério de ferro, petróleo e açúcar foram os itens que mais aumentaram em exportação. No total, o Brasil importou cerca de US$ 150 bilhões.
Desde 2011, as exportações brasileiras não cresciam. Já as importações não aumentavam desde 2015.
Procurado, o ministro não retornou.
“A despesa com Previdência cresce R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões ao ano.”
Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, no encontro E agora, Brasil?, no dia 30 de janeiro
É fato que o gasto federal com a Previdência cresce a cada ano. De 2015 para 2016, houve um aumento de R$ 41,6 bilhões. De 2016 para 2017, R$ 44,5 bilhões. Mas, entre 2009 e 2015, em média, os gastos com a Previdência aumentavam R$ 21,8 bilhões ao ano. Os dados constam nos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária.
Procurado, o ministro não retornou.
“A gente já tem estados aqui que estão gastando mais com aposentado do que com o pessoal ativo.”
Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, no programa É Notícia, no dia 29 de janeiro
Divulgado em dezembro de 2017, o Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais reúne dados de 2016 sobre a despesa de cada estado com pessoal ativo e inativo. O documento mostra que o Rio Grande do Sul é o único estado que gastou mais com inativos do que com ativos. Em apenas duas outras unidades da Federação, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o gasto com inativos ultrapassa 50% do gasto com ativos.
Procurado, o ministro não retornou.
“Fechamos [2017] em 12,2% [a taxa de desemprego].”
Ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, no programa É Notícia, no dia 29 de janeiro
No quarto trimestre de 2017, a taxa de desemprego fechou em 11,8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNADC/M), divulgada no dia 31 de janeiro. O número de desempregados é estável em relação ao final do ano passado: 12,3 milhões. Ao longo do ano, o número de pessoas sem ocupação chegou a atingir 14,2 milhões.