Mesmo com a pandemia, Brasil criou 142,6 mil postos de trabalho em 2020
Segundo Caged, ano não terminou bem: em dezembro, foram fechados 67.906 postos de trabalho com carteira assinada
atualizado
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O país fechou dezembro com saldo de -67.906 postos de trabalho com carteira assinada. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (28/1) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), foram registradas 1.239.280 admissões e 1.307.186 desligamentos, no último mês de 2020.
Apesar disso, de acordo com a pesquisa, o emprego celetista no Brasil apresentou expansão no acumulado do ano (janeiro a dezembro de 2020), registrando saldo de 142.690 postos. Esse resultado decorreu de 15.166.221 admissões e de 15.023.531 desligamentos.
Para o conjunto do território nacional, o salário médio de admissão em dezembro foi de R$ 1.735,39; comparado ao mês anterior, houve aumento real de R$ 26,45, que representa uma variação de +1,55%. No ano, a média salarial foi de R$1.777,30 – o que indica que, em comparação com 2019, ocorreu um acréscimo de R$ 62,66, equivalente a +3,65%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o resultado e disse que os números indicam uma tendência de retomada da economia. Segundo o ministro, a prioridade do país agora é “saúde, emprego e renda”.
“Perdemos apenas 67 mil empregos em dezembro. Criamos 142.690 novas vagas (no ano)”, disse, ao participar do anúncio dos dados do Caged, nesta quinta-feira.
E prosseguiu: “A prioridade do Brasil agora é saúde, emprego e renda. Esperamos que, assim que o Congresso retorne, o governo possa avançar com as reformas”.
Dezembro e regiões
Em dezembro, os dados registraram saldo negativo no nível de emprego em quatro dos cinco grupamentos de atividades econômicas: construção (-43.032 postos), indústria geral (-40.192 postos), concentrado na indústria de transformação (-38.229 postos), serviços (-23.749 postos), distribuído principalmente nas atividades de alojamento e alimentação (+24.118 postos), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-22.970 postos), comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas foi o único grupamento com saldo positivo em dezembro (+62.599 postos).
Das cinco regiões do país, quatro tiveram saldo positivo no acumulado do ano. Apenas o Sudeste perdeu vagas (-88.785), puxado pelo Rio de Janeiro que, sozinho, fechou 127.155, enquanto Minas Gerais criou 32.717. No Norte, o destaque é para o Pará: com 32.789 postos, mais da metade dos 62.265 empregos formais gerados na região.
No Nordeste, o Maranhão, com 19.753, e o Ceará, com 18.546, puxaram o saldo positivo de 34.689. No Sul, que teve 85.500 vínculos a mais, Paraná e Santa Catarina geraram 52.670 e 53.050, respectivamente. Já o Centro-Oeste teve Goiás como o principal criador de vagas, com 26.258 das 51.048 da região.
Pandemia
O balanço demonstra que o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, criado pelo governo para conceder um benefício mensal aos trabalhadores que tiveram contrato suspenso ou a jornada de trabalho reduzida, ajudou a evitar demissões.
Dados atualizados até 31 de dezembro mostram que o Benefício de Preservação da Renda e do Emprego (BEm) permitiu 20.119.302 acordos, entre 9.849.115 empregados e 1.464.517 empregadores no Brasil.
No Distrito Federal, segundo o Caged, foram registradas, em todo o ano passado, 260.006 admissões com carteira assinada contra 271.369 desligamentos, um saldo negativo de 11.353 vagas. Na capital, o maior número de demissões ocorreu no setor de serviços (saldo de -13.099), seguido do comércio (saldo de -1.530).