Mercado reduz projeção de crescimento do PIB de 2019 de 1% para 0,93%
O relatório Focus, com análises de economistas, mostra que projeção é de queda na taxa Selic ainda este ano para 5,75%
atualizado
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Na esteira dos dados mais recentes de atividade econômica, a expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 passou de 1% para 0,93%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (17/06/2019) pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 1,24%.
Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de expansão do PIB de 2,23% para 2,20%. Quatro semanas atrás, estava em 2,50%.
Na última sexta-feira, o BC informou que o Índice de Atividade (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, cedeu 0,47% em abril ante março. Em relação a abril do ano passado, houve queda de 0,62%.
A projeção do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (PSL) já é inferior ao crescimento verificado nos dois últimos anos da administração de Michel Temer — em 2017 e em 2018 a economia cresceu 1,1%.
A projeção do BC para o crescimento do PIB em 2019 é de 2,0%. Esse porcentual deve ser atualizado no fim do mês, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
No Focus desta segunda, a projeção para a alta da produção industrial de 2019 foi de 0,47% para 0,65%. Há um mês, estava em 1,47%. No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 3,00% para 2,80%, ante 3,00% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 passou de 56,23% para 56,10%. Há um mês, estava em 56,10%. Para 2020, a expectativa foi de 58,60% para 58,43%, ante 58,30% de um mês atrás.
Previsão de Selic menor
À espera do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta semana, os economistas do mercado financeiro alteraram as projeções para a Selic (a taxa básica de juros) no fim de 2019 e em 2020. A principal novidade é que, agora, eles projetam uma Selic este ano abaixo do piso histórico atual, de 6,50% ao ano.
Segundo o relatório Focus, a mediana das previsões para a Selic em 2019 foi de 6,50% para 5,75% ao ano. Há um mês, estava em 6,50%. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 foi de 7,00% para 6,50% ao ano, ante 7,25% de quatro semanas atrás.
No caso de 2021, a projeção seguiu em 7,50%, ante 8,00% de um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 foi mantida em 7,50%, também igual ao visto um mês antes.
Em 8 de maio, o Copom anunciou a manutenção, pela nona vez consecutiva, da Selic em 6,50% ao ano. Ao mesmo tempo, indicou que o risco de uma inflação menor devido ao fraco desempenho econômico se elevou desde a reunião anterior, em março. A instituição reiterou, porém, que manterá “cautela, serenidade e perseverança” em suas próximas decisões, “inclusive diante de cenários voláteis”. Na quarta-feira, 19, o Copom volta a decidir sobre a Selic.
No relatório desta segunda, os economistas estimam que o Copom fará três cortes consecutivos da Selic em 2019, a partir de setembro
No grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2019 foi de 6,50% para 5,75% ao ano, ante 6,50% de um mês antes. No caso de 2020, seguiu em 6,50%, ante 7,00% de quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2021 no Top 5 seguiu em 7,50%. Há um mês, estava em 8,00%. Para 2022, a projeção do Top 5 foi de 7,50% para 7,00%, ante 7,75% de um mês antes.
Inflação controlada
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA, o índice oficial de preços, de 2019 de alta de 3,89% para elevação de 3,84%. Há um mês, estava em 4,07%. A projeção para o índice em 2020 seguiu em 4,00%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa também permaneceu em 3,75%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% para ambos os casos.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
As projeções mais recentes do BC, considerando o cenário de mercado, apontam para inflação de 4,1% em 2019 e 3,8% em 2020. Elas constaram no comunicado e na ata da última reunião do Copom, em maio. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, no dia 7, que o IPCA de maio subiu 0,13%. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,66%.
Para o IPCA de junho, a previsão passou de uma inflação de 0,11% para deflação de 0,01%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava inflação de 0,30%.
Para julho, a projeção no Focus foi de alta de 0,21% para 0,20% e, para agosto, passou de elevação de 0,11% para 0,12%. Há um mês, os porcentuais de alta eram de 0,19% e 0,13%, respectivamente.
A estimativa para a cotação do dólar foi mantida em R$ 3,80 para o fim deste ano.