Mastercard: Pix não toma espaço de cartões, mas sim de boleto e DOC
Mastercard, líder no segmento de cartões, quer evitar rivalidade direta com Pix e entrar em outros negócios, como WhatsApp Pay
atualizado
Compartilhar notícia
O Pix entrou para a história do sistema financeiro brasileiro como uma das grandes revoluções no mercado de pagamentos. O sistema de transferências criado pelo Banco Central já é o mais utilizado pelos brasileiros, à frente das operações de débito e crédito.
Assim como os bancos, as empresas de pagamento estão buscando formas de driblar a rivalidade direta com o Pix. A Mastercard, dona de 57% do mercado de cartões brasileiro, quer criar “novas trilhas” de negócios, como os pagamentos entre contas e o WhatsApp Pay.
No final do dia, essas modalidades diversificam as linhas de negócios e de receitas, e concorrem com o Pix dentro da mesma categoria de operação. Segundo a Mastercard, os cartões representam 65% das receitas da empresa, enquanto as “novas trilhas” de transações ocupam os 35% restantes.
“O Pix é um concorrente dos cartões, mas os boletos e as transferências por DOC também já eram, e são eles que estão perdendo o maior espaço”, disse Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard no Brasil, durante evento para jornalistas nesta quinta-feira (8/12).
Mastercard operará o WhatsApp Pay
Entre as novas trilhas que competem com os pagamentos do Pix está a solução do WhatsApp Pay. Na última semana, a Mastercard teve autorização do BC para operar as transferências de recursos dentro do aplicativo de mensagens. A sua principal concorrente Visa também já recebeu o aval da autoridade monetária para operar a plataforma.
A solução, no entanto, só deve ficar disponível aos usuários ao longo do ano que vem, possivelmente no segundo semestre.
“Estamos trabalhando para disponibilizar uma ferramenta com a mesma segurança que nossos outros pagamentos oferecem. Os dados serão criptografados, e em um primeiro momento o usuário deverá cadastrar seu cartão para fazer a transação”, explicou Tangioni.
Questionado sobre como o cenário de juros e inadimplência elevados impactam o negócio de pagamentos e cartões, o presidente da Mastercard disse que o contexto econômico será um vento desfavorável em 2023, mas o consumo das famílias ainda deve segurar o crescimento do setor.
“A inadimplência está elevada e os concessores de crédito farão algum ajuste no volume ofertado, mas o Brasil é um país que vive ciclos de juros com certa frequência, então seguimos otimistas com os números do próximo ano”, afirmou o presidente da Mastercard.