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Manter Auxílio Brasil em R$ 600 trará rombo de até R$ 103 bi, diz IFI

Instituição Fiscal Independente (IFI) calcula que manutenção do valor em R$ 600 acarretará despesa adicional de R$ 51,8 bilhões

atualizado

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1 de 1 Pessoa segurando celular com dinheiro em baixo -Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado Federal, publicou o relatório mensal de acompanhamento financeiro, em que aponta impacto orçamentário significativo com a manutenção, para 2023, do valor médio de R$ 600 do Auxílio Brasil.

A entidade calcula que, caso o novo presidente eleito decida manter o valor do benefício, implicará em uma despesa adicional de R$ 51,8 bilhões. Desse modo, pode chegar a um rombo de até R$ 103 bilhões em 2023, e superarr a meta de déficit de R$ 65,9 bilhões estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Ainda segundo a IFI, considerando ainda os efeitos do enfraquecimento da economia e das desonerações de tributos contidas no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023, o resultado primário do governo central poderá passar de superávit de 0,5% do PIB em 2022 para déficit de 1% no próximo ano.

PIB, desemprego e inflação

O relatório ainda traz as projeções de crescimento do PIB, que, de acordo com os especialistas, deve se manter em 2,6% neste ano e em 0,6% em 2023. Eles criticam, porém, a política monetária restritiva, a retirada de estímulos fiscais e da desaceleração da economia global.

No que diz respeito à inflação, há tendência de recuo de 6,4% para 5,8%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sinalizando assim uma deflação pelo terceiro mês consecutivo.

Também foram objetos de análise o desemprego, cuja taxa recuou 4,2 pontos percentuais na comparação anual impulsionada pelo crescimento de contratações trabalhistas acima do aumento da força de trabalho.

Piso da enfermagem

Por fim, no documento, a instituição também destaca o impasse orçamentário que ronda as discussões sobre a criação do piso nacional salarial da enfermagem.

De acordo com o órgão, a indefinição quanto à fonte de custeio do benefício impede a estimação do impacto financeiro da medida. Em relatório anterior, de setembro de 2022, a IFI havia estimado um rombo na ordem de R$ 17,4 bilhões.

Para garantir que os entes subnacionais e o setor privado sejam capazes de custear tal piso salarial, tramitam no Congresso Nacional diversas proposições com previsão de medidas compensatórias ou de suporte por parte da União.

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