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Manifesto encabeçado por Fiesp e Febraban pede “serenidade e diálogo”

No texto, entidades afirmam que é preciso contar “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”

atualizado

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Julia Moraes/Fiesp/Divulgação
Prédio da Fiesp na avenida Paulista
1 de 1 Prédio da Fiesp na avenida Paulista - Foto: Julia Moraes/Fiesp/Divulgação

Depois de mais de 200 entidades assinarem um manifesto em menos de 24h, encabeçado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de apoio à democracia, a instituição afirmou ao Metrópoles que adiou o prazo de divulgação do documento na expectativa de receber “novas assinaturas”. A publicação estava prevista para esta segunda-feira (30/8).

O texto pede harmonia entre os Três Poderes e tem como objetivo mostrar o incômodo do empresariado com a crise institucional provocada por ataques do governo. O manifesto contém críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Na quinta-feira (26/8), encaminhamos por e-mail para as entidades participarem do manifesto. Em menos de 24h, tiveram mais de 200 pedidos de admissão. Decidimos esticar o prazo para novas adesões. Estamos recebendo ainda novas assinaturas”, afirmou a Fiesp.

Nesta manhã, entretanto, o presidente da federação, Paulo Skaf, foi pressionado à postergar a publicação do texto por aliados de Bolsonaro. Parte dessa pressão vem da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, que ameaçaram deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) caso o material fosse divulgado. Os dois bancos públicos representam cerca de 22% do orçamento da entidade.

Vazamento

Apesar da intimidação, o manifesto vazou nesta tarde e foi publicado pelo site O Antagonista. No texto, as entidades pedem “serenidade e diálogo” diante da “escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas”.

Diante das críticas, a Febraban soltou uma nota declarando que “não participou da elaboração” de nenhum texto que “contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica”. “O conteúdo do manifesto pedia serenidade, harmonia e colaboração entre os Poderes da República e alertava para os efeitos do clima institucional nas expectativas dos agentes econômicos e no ritmo da atividade”, ponderou.

“A Febraban submeteu o texto à sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material. Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela Fiesp. Sua publicação não é decisão da Federação dos Bancos”, afirmou.

Em relação à posição do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, tanto a Fiesp quanto a Febraban disseram “não comentar” a posição de seus associados.

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