Com pandemia, mais pobres nas metrópoles perdem 32% da renda e ricos, 3%
Números são do boletim “Desigualdade nas Metrópoles”. Distância entre ricos e pobres cresceu nos últimos anos e se intensificou na pandemia
atualizado
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A desigualdade de renda do trabalho aumentou nas metrópoles brasileiras durante a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, apesar de todos os estratos da sociedade apresentarem queda da remuneração no último trimestre.
Por um lado, o conjunto dos 10% mais ricos de cada região metropolitana teve redução de -3,2% em seus rendimentos. Já para os 40% mais pobres, essa redução foi 10 vezes maior: de -32,1%, segundo o boletim “Desigualdade nas Metrópoles”.
Esses números foram apresentados em estudo elaborado pelo Observatório das Metrópoles, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e o Observatório da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).
O boletim (veja a íntegra no final desta matéria) visa produzir um conjunto de informações relevantes sobre as desigualdades de rendimentos no interior das regiões metropolitanas do país. Esta é a primeira versão do levantamento.
O estudo não considerou, no entanto, o pagamento de benefícios, como o auxílio emergencial e o Bolsa Família, por exemplo. Isso porque a proposta é mostrar qual o nível e evolução das desigualdades resultantes da dinâmica do mercado de trabalho.
“Em geral houve um aumento da distância entre o topo e a base da pirâmide no interior das metrópoles ao longo dos últimos anos, com aceleração desse crescimento no último trimestre”, diz o professor de ciências sociais da PUCRS, Andre Salata.
Em média, os brasileiros que moram nessas regiões metropolitanas ganhavam R$ 1.039 no quarto trimestre do ano passado. O salário médio passou para R$ 1.024 nos primeiros três meses deste ano e para R$ 965, no entre abril e junho.
Veja, a seguir, a íntegra do estudo:
Boletim Desigualdade Nas Metropolesl 01v02 by Tácio Lorran on Scribd