metropoles.com

Maior aliado das privatizações não é Guedes, é Bolsonaro, diz Mattar

Segundo o secretário, o governo estuda, entre outras medidas, privatizar a Eletrobras por meio de capitalização

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
FIESP/Divulgação
Salim-Mattar1
1 de 1 Salim-Mattar1 - Foto: FIESP/Divulgação

Responsável por conduzir o plano de privatizações do governo federal, o secretário Salim Mattar, da pasta de Desestatização e Desinvestimentos, afirmou nesta quinta-feira (08/08/2019) que o maior aliado no processo de venda das estatais é o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e não o ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Quando aceitei o convite para fazer parte do governo, Paulo Guedes me disse que íamos vender tudo que fosse possível, mas a minha maior surpresa é que meu maior aliado, por incrível que pareça, não é o ministro Guedes. Meu maior aliado é o presidente Jair Bolsonaro, que está a favor das privatizações“, disse, em evento do BTG Pactual em São Paulo. “O Estado brasileiro é obeso, burocrático, oneroso e inferniza a vida do cidadão.”

Há quatro meses, contudo, Mattar disse em entrevista à revista Veja que havia ficado “frustrado” com a decisão de Bolsonaro de voltar atrás na intenção de privatizar a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), responsável pelo trem-bala.

Nesta quinta, no evento do BTG, ele explicou por que tem considerado o presidente como maior aliado. “O presidente reconhece que houve muita corrupção e uma forma de acabar com a corrupção é vender estatal. Ele é um grande aliado que tenho, me motivou muito”, disse.

Na quarta, em evento na Fenabrave, do setor automotivo, Bolsonaro disse que “mudou”, que no passado foi estatizante, mas que “evoluiu” com a ajuda do ministro Paulo Guedes.

Eletrobras
Mattar reforçou ainda que o governo cogita privatizar a Eletrobras, por meio de capitalização. “A capitalização da Eletrobras é uma necessidade de caixa. A empresa tem R$ 12 bilhões para investir, mas o governo não tem esse dinheiro. Na verdade o governo tem, mas onde deveria colocar esses R$ 12 bilhões, para expandir a Eletrobras ou colocar no social?”, disse.

Relação com o Legislativo
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia afirmou ainda que tem tratado diretamente com o Congresso sobre a privatização de empresas. “É fundamental ter boa relação com o Legislativo. Esse é o maior desafio”, comentou, ao falar da venda de estatais e da necessidade de operações envolvendo Eletrobras e Casa da Moeda, por exemplo, precisarem de aval dos parlamentares.

Mattar disse que o Estado não precisa estar em áreas em que a iniciativa privada vai estar presente. “Isso significa quase tudo”, comentou ele.

O secretário ressaltou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu aval para privatizar “tudo o que é possível” e que a intenção do ministério é começar vendendo ativos mais fáceis, “que não dão problemas e a sociedade vai absorver”.

“É importante não contrariar grupos de interesse”, afirmou Mattar, ressaltando que é preciso conduzir o processo de privatização de forma cuidadosa. Ao ser questionado sobre a oposição do PT às privatizações, Mattar disse que gasta “80% de seu tempo” no governo para desconstruir o que o partido fez durante a permanência no Planalto.

“Legado pernicioso”
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia afirmou que, em outubro, a secretaria pode ficar sem dinheiro até para passagens aéreas. “Esse é o legado que recebemos, que é pernicioso”, disse ele.

Mattar ressaltou que com a economia crescendo menos que o esperado, a arrecadação do governo caiu, o que levou ao contingenciamento de gastos, afetando a pasta.

Pelo lado positivo, o secretário salientou que os juros estão historicamente baixos e o volume de empréstimos privados superou o de bancos públicos e o risco país, medido pelo Credit Default Swap (CDS), caiu para mínimas históricas. “Juros e CDS baixos e mais empréstimos privados mostram confiança no país”, afirmou.

“A reforma da Previdência nos atrapalhou um pouco, não queríamos interferir nesse processo, queríamos deixar que seguisse calmamente”, disse Mattar. O secretário afirmou que o governo aguarda a aprovação da Previdência para apresentar o texto da reforma tributária e “um punhado” de outras reformas, que “vão colocar o Brasil nos caminhos da prosperidade”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?