“Legado de Bolsonaro é um rombo de R$ 300 bi e juro alto”, diz Haddad
Fernando Haddad afirmou que as incertezas fiscais do ano passado foram responsáveis pela alta de juros da Selic
atualizado
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O ministro da Fazenda Fernando Haddad novamente criticou o governo anterior, mas agora também o Banco Central (BC), ao falar da alta taxa dos juros e do rombo fiscal deixado pelo governo Jair Bolsonaro. “O grande legado de Bolsonaro é um rombo de R$ 300 bilhões e o maior juro real do mundo”, criticou.
De acordo com o novo titular da Fazenda, a Selic em 13,75% é consequência da irresponsabilidade de Bolsonaro e Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, que aumentaram os gastos públicos para vencer o pleito contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Bolsonaro usou 3% do PIB, 1,5% de aumento de despesa e 1,5% de renuncia fiscal das mais variadas ordens para produzir o efeito que ele pretendia em meio processo eleitoral. Ele conseguiu, em grande medida, mas ele estava concorrendo com Lula”, afirmou em entrevista ao site Brasil 274.
Em 2019, quando Bolsonaro assumiu, a taxa básica de juros estava em 5% ao ano, mas chegou a 2% ao ano no início de 2021. A Selic aumentou fortemente até 2022, chegando a 13,75% ao ano como mecanismo de controle da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou o centro da meta devido por causa da guerra na Ucrânia, da pandemia e dcrise dos combustíveis.
Além disso, com os ruídos, houve um aumento expressivo dos gastos públicos que também contribuiu para a alta dos preços.
“Com mais de R$ 300 bilhões disponíveis para torrar durante a eleição, ele elegeria qualquer pessoa, menos contra Lula”, disse. “Para tirar o pretexto dele dar um golpe no país custou 3% do PIB”, disparou o ex-prefeito de São Paulo.
PECs
Haddad criticou o uso da proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Benefícios que liberou do teto R$ 41,25 bilhões para suplementar o então Auxílio Brasil em 2022 e promover subsídios para caminhoneiros e taxistas.
Porém, o novo governo Lula antes mesmo de assumir, também conseguiu aprovar uma PEC, a da Transição, que aumentou dentro do teto R$ 145 bilhões e retirou do teto outros R$ 23 bilhões para fazer cumprir as promessas de campanha e recompor as rubricas do Orçamento deste ano.