Juros fecham em baixa com apetite por risco e alívio na política
Taxas passaram a manhã oscilando perto dos ajustes, mas passaram a cair no começo da tarde
atualizado
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Os juros futuros fecharam a sessão regular desta terça-feira (17/10), em queda, mais pronunciada nos contratos de longo prazo, justamente os que haviam acumulado mais prêmio nos últimos dias. O recuo das taxas foi definido no período da tarde, após melhora generalizada verificada em ativos de economias emergentes, com destaque para os do México, alívio no câmbio, no risco Brasil e queda no rendimento dos Treasuries. Além disso, houve melhora na percepção de risco político depois do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ter negado que esteja trabalhando contra o presidente da República, Michel Temer.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 7,26%, de 7,28% no ajuste de segunda-feira. A taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,24% para 8,21% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,99% para 8,93%. A taxa do DI janeiro de 2023 encerrou em 9,62%, de 9,71%.
Do mesmo modo, na etapa vespertina o dólar zerou a alta ante o real e passou a cair e a bater mínimas. Às 16h23, a moeda no segmento à vista era negociada em R$ 3,1688 (-0,10%). O yield da T-Note de dez anos, que subia mais cedo, também voltou aos níveis de segunda, marcando 2,301%.
Ainda, o noticiário político colaborou para atrair posições vendidas, na medida em que Maia tentou minimizar a polêmica em torno de sua postura em relação a Temer. O presidente da Câmara negou que esteja trabalhando para derrubar Temer por meio da votação da segunda denúncia. “Para mim, este tema está superado”, afirmou.
No fim de semana, Maia chamou de “incompetente” o advogado de defesa de Temer, Eduardo Carnelós, após este ter classificado como “vazamento criminoso” a divulgação dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, que atingem Temer, no site da Câmara.
Maia disse nesta terça que o atrito não afetou a relação e respeito dele para com Temer e que só reagiu como presidente da Câmara, pois entendeu que houve interferência do Executivo no legislativo. “Vocês (imprensa) confundem a defesa da Câmara com conflito com o presidente Michel Temer. Quando entendo a Câmara e os servidores atacados, tenho que reagir pela instituição”, declarou.