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Juros de 8% do cheque especial ainda é alto. Veja alternativas

Resolução do Banco Central obriga bancos a cobrar taxa de juros do cheque especial de, no máximo, 8% ao mês – cerca de 150% ao ano

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Apesar do limite de 8% ao mês no juros do cheque especial, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a taxa continua bastante alta para o bolso dos clientes, conforme avaliação de especialistas no mercado financeiro.

O teto foi desenhado em novembro do ano passado e começou a valer nessa última segunda-feira (06/01/2020), de acordo com resolução do Banco Central (BC).

“Mesmo com a limitação do teto a 8%, os bancos ainda cobram uma taxa que é absolutamente irreal, abusiva. Em condições normais seria inadmissível cobrar juros nessa altura”, explica o professor de finanças públicas da UnB, Roberto Piscitelli.

Ao longo do ano, os juros do cheque especial podem chegar a 150%. Por outro lado, a Selic – taxa básica de juros – está em 4,5% ao ano. Ou seja, 97% menor do que o índice máximo tabelado agora pelo CMN.

Além desse teto, os bancos estão autorizados a cobrar uma tarifa de até 0,25% sobre o limite do cheque especial acima de R$ 500 – independentemente do uso.

O tributo, contudo, segue sem ser cobrado pela maioria dos bancos (veja a lista dos principais aqui). A resolução ainda foi criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Antes de tudo, planejar
De acordo com todos os especialistas ouvidos pelo Metrópoles, o cheque especial deve ser usado em apenas uma situação: em caso de urgência ou extrema urgência.

Ao divulgar o limite no juros do cheque especial, o Banco Central alertou que a modalidade estava sendo usada de forma a prejudicar o próprio usuário.

“[O cheque especial] é usado muitas vezes de forma não alinhada ao caráter emergencial do produto, onerando, principalmente, os clientes de menor poder aquisitivo”, explicou o BC.

Para se livrar de maneira consciente da modalidade, o planejador financeiro CFP da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), Leonardo Gomes, detalha que é preciso, antes de mais nada, ter uma boa organização.

Segundo o especialista, se a pessoa está abrindo uma conta para usar o cheque especial, precisa rever o planejamento, porque, certamente, tem algo errado.

“As pessoas entram geralmente no cheque especial pela falta de conhecimento da própria vida financeira. E isso gera um custo alto. É preciso ver na ponta do lápis o quanto ganha e o quanto gasta”, ensina.

Veja outras – e melhores – opções de crédito no mercado
Junto a Ricardo Hiraki Maila, consultor financeiro da consultoria de finanças pessoais Plano, o Metrópoles simulou alternativas melhores de crédito.

As modalidades estão expostas das mais baratas para as mais caras, conforme avaliação do especialista. O cheque especial é o último colocado.

A simulação parte de um crédito de R$ 10 mil pago com os respectivos juros ao longo de dois anos. Veja:

  • Cheque especial: crédito para utilizar em situações emergenciais e por curtos períodos de tempo. Com nova resolução, juros de até 8% ao mês. Ao longo de dois anos, a taxa pode resultar na cobrança de até R$ 15 mil adicionais.
  • Crédito pessoal: há diversas opções para o cliente escolher de acordo com o que o banco oferece e a que melhor se encaixa à necessidade. A taxa de juros costuma variar entre 3% e 5% ao mês, de acordo com cada instituição financeira. No fim de dois anos, valor extra chega a R$ 5 mil.
  • Crédito consignado: Específico para servidores e funcionários de CLT. A taxa varia de 0,9% a 1,5% ao mês. A cobrança a mais é de R$ 1,5 mil e R$ 2 mil segundo o especialista.
  • Refinanciamento de bens: imóvel ou carro do cliente é colocado como garantia do pagamento das parcelas do empréstimo. Juros variam entre 0,8% e 1,5%. Ao fim de dois anos, crédito de R$ 10 mil tem juros de até R$ 1,5 mil.

Hiraki Maila explica que, além desses créditos mais usuais, as pessoas podem usar outros meios. Como um eventual empréstimo familiar para quem tem essa possibilidade, que pode vir até mesmo sem juros; a antecipação do 13º salário, de acordo com a empresa; e até mesmo a venda de bens pessoais, conforme a necessidade.

“O ponto-chave do cheque especial é que as pessoas não devem conviver com ele de forma natural”, finaliza o consultor financeiro.

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